Weezer lança décimo disco retomando o estilo dos anos 1990

Banda recupera atitude dos primeiros discos da carreira

por Marcus Celestino 22/12/2014 09:47

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Republic Records/Divulgação
Weezer está lançando um CD de inéditas depois de quatro anos (foto: Republic Records/Divulgação)
O Weezer é uma banda que pode ser considerada pouco ortodoxa. Todos os seus integrantes eram apenas jovens comuns ávidos pela cultura nerd e estudiosos. O líder e vocalista do grupo, Rivers Cuomo, é graduado cum laude em artes pela Universidade de Harvard, por exemplo – algo pouco usual para um rockstar, convenhamos.

Formado em 1992 e apropriando-se do rock de arena de Cheap Trick e Kiss e aliando-o com os maneirismos dos Pixies, o Weezer foi alçado ao sucesso já no seu disco de debute produzido por Ric Ocasek em 1994, o Blue Album. Aproveitando-se da força dos clipes à época e do "gap" deixado pelo Nirvana na seara alternativa, a banda chegou ao estrelato e os singles Buddy Holly, Undone (The sweater song) e Say it ain’t so tornaram-se hits imediatos. A bolacha seguinte, Pinkerton, de 1996, não produziu grandes sucessos, mas é considerada o grande clássico do quarteto – um maduro tour de force sobre sexo e decepções amorosas.

Depois de vários anos, o Weezer lançou o Green album, 28 minutos de boa música, mas nada à altura de seus predecessores. Nos cinco álbuns subsequentes, o quarteto ficou mais conhecido pelos clipes engraçadinhos do que pela genialidade que permeou seus dois primeiros discos. Agora, com Everything will be alright in the end, Cuomo e companhia pedem desculpas. Sim, a banda pede perdão principalmente pelas incursões feitas em Raditude (2009) e por seus outros trabalhos agradáveis, porém inconsistentes.

O novo disco abre com Ain’t got nobody, petardo tão eficiente quanto Tired of sex, de Pinkerton. As coisas melhoram mais em Back to the shack, primeiro single. É o retorno às origens e um pedido de desculpas oficial aos admiradores conquistados nos anos 1990. O riff potente que advém da guitarra do competente Brian Bell é contagiante e a cozinha trabalha em simbiose, adicionando mais força à canção graças à ressonante bateria de Pat Wilson e ao baixo pulsante de Scott Shriner, como nos tempos do Blue album.

Outro ponto alto é Da Vinci, com refrão que faz referências a figuras como Stephen Hawking. Quaisquer outros letristas perderiam-se meio à excentricidade dos versos, mas Cuomo os casa com perfeição. Em suma, Everything will be alright in the end é um disco que remete ao passado, mas que se encaixa perfeitamente no contexto atual; além de ser o melhor e mais sincero álbum do Weezer desde Pinkerton. É, parece que tudo realmente ficará bem no final para o exuberante quarteto.

MAIS SOBRE MÚSICA