O Sepultura faz show nesta sexta, a partir das 22h, no Music Hall. A apresentação ocorre no momento em que o grupo está completando 30 anos e tem como base o disco 'The mediator between head and the hands must be the heart'. Mas estarão no repertório clássicos de várias épocas. A banda nasceu no Bairro Santa Tereza, em BH, inserida em forte movimento do rock pesado na capital mineira. O sucesso a levou, na década de 1990, à estadia nos Estados Unidos, base para uma bem-sucedida carreira internacional.
“Vamos mostrar uma história de 30 anos que é muito rica”, explica o baixista Paulo Jr. Trinta anos tocando rock, garante, está bom para começar. “Mas, já que chegamos até aqui, quero mais”, brinca, avisando que o ano de comemorações será 2015. A atual formação do Sepultura é: Andreas Kisser (guitarra), Paulo Jr. (baixo), Derick Green (vocal) e Eloy Casagrande (bateria). O último substituiu Jean Dolabela, que entrou, em 2006, no lugar de Igor Cavalera. Mudança que, assim como a saída do vocalista Max Cavalera, em 1996, ainda rende polêmica.
'The mediator between head and hands must be the heart' (o mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração) é o 13º disco do Sepultura. O nome remete ao filme 'Metrópolis' (1920), de Fritz Lang. A história, no cinema, mostra um maluco que tenta transformar um robô em gente. O que, para os músicos, revelou o quanto hoje se vive situação oposta. “Mais do que nunca, estamos robotizados pela internet, Google Glass, chips sob nossas peles e a escravidão globalizada”, observa Andreas Kisser. “O filme nos ajudou a juntar as ideias para que as letras expressassem o que vemos hoje”, explicou.
O grupo, como fez ao longo de sua história, mantém o hábito de apresentar visões apocalípticas do mundo. “Nunca paramos de caminhar para o apocalipse. Somos uma espécie que conseguiu, em 100 anos, destruir o planeta em que vivemos. Então, nosso sentimento diante do que temos em torno de nós é verdadeiro”, argumenta Paulo Jr. 'The mediator…' é o primeiro disco com o baterista Eloy Casagrande, o que, para Andreas Kisser, fez o som do grupo soar fresco. É ainda o primeiro a ser gravado nos Estados Unidos desde Against (1998). Foi produzido por Ross Robinson, que assinou Roots (1996).
Abertos a desafios
Paulo Jr. diz que não tem a mínima ideia de como estará o metal daqui a 100 anos. “Ele é uma música forte, energética, e isso não vai mudar. O que temos feito é estar abertos a novos desafios, trazendo para o metal elementos de estilos que não têm a ver com ele: a música brasileira, a percussão japonesa ou a música clássica. E dá certo. Talvez, daqui a 100 anos sejamos música clássica.”
SEPULTURA
Show nesta sexta, às 22h. Music Hall, Avenida do Contorno, 3.239, Santa Efigênia. Ingressos: Camarote: 1º lote, R$ 55 (meia-entrada) e R$ 110 (inteira); pista, 1º lote. R$ 40 (meia) e R$ 80 (inteira).