Sepultura faz show do novo disco e promete clássicos

Banda celebra seus 30 anos de carreira em apresentação na capital

por Walter Sebastião 12/12/2014 08:47

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Melissa Hummel/Divulgação
(foto: Melissa Hummel/Divulgação)
O Sepultura faz show nesta sexta, a partir das 22h, no Music Hall. A apresentação ocorre no momento em que o grupo está completando 30 anos e tem como base o disco 'The mediator between head and the hands must be the heart'. Mas estarão no repertório clássicos de várias épocas. A banda nasceu no Bairro Santa Tereza, em BH, inserida em forte movimento do rock pesado na capital mineira. O sucesso a levou, na década de 1990, à estadia nos Estados Unidos, base para uma bem-sucedida carreira internacional.


“Vamos mostrar uma história de 30 anos que é muito rica”, explica o baixista Paulo Jr. Trinta anos tocando rock, garante, está bom para começar. “Mas, já que chegamos até aqui, quero mais”, brinca, avisando que o ano de comemorações será 2015. A atual formação do Sepultura é: Andreas Kisser (guitarra), Paulo Jr. (baixo), Derick Green (vocal) e Eloy Casagrande (bateria). O último substituiu Jean Dolabela, que entrou, em 2006, no lugar de Igor Cavalera. Mudança que, assim como a saída do vocalista Max Cavalera, em 1996, ainda rende polêmica.

A música do Sepultura, para Paulo Jr., é mistura de vários elementos: música potente, atitude, conexão constante com os fãs. “O que nos ajuda na hora de compor”, observa. “Estamos sempre buscando um objetivo novo mas sem perder a raiz do metal”, acrescenta. “Nenhum dos nossos discos é igual ao outro. Cada um tem uma história, o que nos força a avançar”, afirma. Faz parte das comemorações dos 30 anos o lançamento do DVD 'Metal veins – Alive at Rock in Rio', registro de apresentação impactante do Sepultura junto com os franceses do Les Tambours du Bronx.

'The mediator between head and hands must be the heart' (o mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração) é o 13º disco do Sepultura. O nome remete ao filme 'Metrópolis' (1920), de Fritz Lang. A história, no cinema, mostra um maluco que tenta transformar um robô em gente. O que, para os músicos, revelou o quanto hoje se vive situação oposta. “Mais do que nunca, estamos robotizados pela internet, Google Glass, chips sob nossas peles e a escravidão globalizada”, observa Andreas Kisser. “O filme nos ajudou a juntar as ideias para que as letras expressassem o que vemos hoje”, explicou.

O grupo, como fez ao longo de sua história, mantém o hábito de apresentar visões apocalípticas do mundo. “Nunca paramos de caminhar para o apocalipse. Somos uma espécie que conseguiu, em 100 anos, destruir o planeta em que vivemos. Então, nosso sentimento diante do que temos em torno de nós é verdadeiro”, argumenta Paulo Jr. 'The mediator…' é o primeiro disco com o baterista Eloy Casagrande, o que, para Andreas Kisser, fez o som do grupo soar fresco. É ainda o primeiro a ser gravado nos Estados Unidos desde Against (1998). Foi produzido por Ross Robinson, que assinou Roots (1996).

Abertos a desafios

Paulo Jr. diz que não tem a mínima ideia de como estará o metal daqui a 100 anos. “Ele é uma música forte, energética, e isso não vai mudar. O que temos feito é estar abertos a novos desafios, trazendo para o metal elementos de estilos que não têm a ver com ele: a música brasileira, a percussão japonesa ou a música clássica. E dá certo. Talvez, daqui a 100 anos sejamos música clássica.”

SEPULTURA
Show nesta sexta, às 22h. Music Hall, Avenida do Contorno, 3.239, Santa Efigênia. Ingressos: Camarote: 1º lote, R$ 55 (meia-entrada) e R$ 110 (inteira); pista, 1º lote. R$ 40 (meia) e R$ 80 (inteira).

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