Maestro João Carlos Martins volta a BH para concerto com a orquestra Bachiana Filarmônica

Além de reger, ele vai tocar duas peças ao piano

por Mariana Peixoto 03/12/2014 08:00

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Fernando Mucci/Divulgação
(foto: Fernando Mucci/Divulgação)
Cento e setenta regências. O maestro João Carlos Martins fecha 2014 com um número impressionante de apresentações. Uma centena delas foi à frente da Bachiana Filarmônica; o restante, dividido entre camerata e quinteto. “O segredo é ficar velho”, brinca ele do alto de seus 74 anos. Acompanhado dos integrantes da orquestra que criou há uma década, Martins chega nesta quarta-feira a Belo Horizonte para concerto no Cine Theatro Brasil Vallourec.


No repertório, o famoso 'Intermezzo', de Pietro Mascagni, e a 'Quarta sinfonia', de Beethoven. O concerto vai contar com a participação do tenor Jean William, cantando árias de Verdi e Puccini. Ao piano, Martins irá tocar ainda Libertango, de Astor Piazzolla, e Cine Paradiso, de Ennio Morricone. “Hoje, só toco peças mais lentas. Graças a uma operação que fiz no ano passado, consegui tocar profissionalmente com a mão esquerda. Mas ela voltou a fechar e hoje só posso usar dois dedos da mão esquerda e dois da direita”, conta.


Bom exemplo
A história de superação de João Carlos Martins é muito conhecida. Pianista virtuoso, ainda jovem sofreu um acidente que o obrigou a interromper a carreira. Voltou ao palco anos mais tarde e, já com a carreira restabelecida, desenvolveu o chamado Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (Dort), o que mais uma vez fez com que deixasse o piano de lado. Mais uma vez conseguiu voltar ao piano, gravando praticamente toda a obra de Bach, compositor em que se especializou. Mas um novo incidente o afastaria do instrumento e chegou a ser desenganado pelos médicos, que disseram que não conseguiria voltar a tocar.


Foi nesta época que João Carlos Martins resolveu se dedicar à regência. Em 2004, formou a Bachiana Filarmônica, orquestra da iniciativa privada. Nestes 10 anos, a orquestra se apresentou no Carnegie Hall e no Lincoln Center, templos da música de Nova York, em presídios e cidades de menos de 10 mil habitantes. E também nesse período, Martins, mesmo com o movimento das mãos muito prejudicado, continuou se dedicado ao piano, da maneira que consegue.


Martins fez ainda com que a Bachiana Filarmônica criasse braços. Um deles é um projeto social que atende 6,7 mil crianças. “Minha orquestra é sui generis. São 65 elementos e 35 deles são alguns dos melhores profissionais do Brasil, professores também. Dez integrantes são da Osesp, por exemplo”, conta ele. Como os integrantes se dividem em mais de uma orquestra, para apresentações fora de São Paulo a formação nem sempre está completa. Para o concerto desta noite serão 40 e poucos instrumentistas. Sempre olhando para a frente, Martins conta que para 2015 já tem 60 datas confirmadas. E aí, Martins assume, vai passar a contar com um regente-assistente, Sergei de Carvalho, filho do também maestro Eleazar de Carvalho.


BACHIANA FILARMÔNICA SESI-SP
Concerto sob a regência do maestro João Carlos Martins. Nesta quarta-feira, às 21h, no Cine Theatro Brasil Vallourec (Rua dos Carijós, 258, Centro). Ingressos a R$ 50 e R$ 25 (meia-entrada). Informações: (31) 3201-5211.



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