Jussara Silveira e Moreno Veloso reverenciam o legado do compositor Dorival Caymmi

Dupla apresenta o show 'Acontece que eu sou baiano', no CCBB

por Ailton Magioli 28/11/2014 09:00

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Marcos Issa/Divulgação
(foto: Marcos Issa/Divulgação)
A partir do convite de Ronaldo Bastos, consagrado letrista e dono de gravadora, Jussara Silveira embrenhou pelo universo de canções que, depois de elogiado disco, resultou no show 'Acontece que eu sou baiano', que ela apresenta ao lado de Moreno Veloso, nesta sexta e sábado, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Atração do projeto 'Caymmi, quando se canta todo mundo bole', o espetáculo destaca as canções que Dorival Caymmi (1914-2008) dedicou à terra natal.


“A maioria das canções eu não havia cantado em show, caso de 'Balaio grande', 'Afoxé' e 'Retirante', bem como 'Lá vem a baiana' ou 'Saudade de Itapuã'”, lista a cantora, frisando que Caymmi é a expressão mais verdadeira daquilo que representa a música popular brasileira. “Ele é a expressão da nossa existência, por isso mesmo, é sempre um prazer cantar a música dele”, acrescenta. Antes dos ensaios do show que estreou em Brasília, ela já imaginava que seria uma “lindeza” a apresentação ao lado de Moreno, filho de Caetano Veloso.

“Sou fã de Moreno, da sua doçura no cantar o do seu samba no pé”, elogia o parceiro, recém-chegado de férias com a família nos Estados Unidos. “Não tinha como não dar certo”, garante Jussara, lembrando que o roteiro e pesquisa musical foram feitos pela também cantora Camila Costa, ex-integrante do grupo Sururu na Roda. Juntos o tempo inteiro, Jussara e Moreno Veloso fazem canções em solos e duos, acompanhados de banda formada por Carlos Pontual (violões e direção musical), Davi Mello (violão), Alex Rocha (baixo) e João Bani (percussão) formam a banda de acompanhamento.

A primeira incursão de Jussara Silveira pela obra caymmiana foi em 1998, quando ela lançou o disco 'Canções de Caymmi', pelo selo Dubas Musica, de Ronaldo Bastos. Espécie de laboratório para ela entrar nesse universo, o disco foi eleito um dos melhores do ano, funcionando como espécie de passaporte para ela entrar no seleto time de intérpretes do mestre. “Basta cantar a canção assim como ele fez, como a gente escutou”, ensina Jussara. “Não precisa de artifícios. Ao menos é isso que o meu canto empresta às composições de Caymmi. Ali está tudo feito e perfeito. Mas, com isso, não quero dizer que seja fácil. Justamente por isso é que antes de cantar devemos ouvir e ouvir Caymmi”, acrescenta.

Jussara recorre ao escritor Jorge Amado, amigo de Dorival Caymmi, para falar da criação do compositor inspirada na Bahia. De acordo com o autor de 'Gabriela, cravo e canela', “Caymmi apoderou-se da emoção e da magia da ‘cidade da Bahia’, do povo que liquidou os preconceitos e fez da mistura de sangues e raças sua filosofia de vida. Nessa cidade e nesse povo, Caymmi tem plantadas as raízes de sua criação, a precisa realidade e a mágica invenção”.

CAYMMI, QUANDO SE CANTA TODO MUNDO BOLE
De sexta ao dia 14, no Centro Cultural Banco do Brasil, Praça da Liberdade, 450, Funcionários. Ingressos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). Informações: (31) 3431-9400.Amanhã e domingo, às 19h, Acontece que eu sou baiano, show de Jussara Silveira, Moreno Veloso e banda.

VEM AÍ
DIAS 6 E 7 DEZEMBRO

Show 'Quem vem pra beira do mar', com Camila Costa e Bem Gil privilegiando as canções praieiras – o mar e suas histórias.

DIAS 13 E 14 DEZEMBRO

Show 'Acalanto', com Alice Caymmi e Danilo Caymmi. As canções de Caymmi interpretadas por sua família.

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