Tiê canta a delicadeza e simplicidade em seu terceiro disco, 'Esmeraldas'

Nome do álbum é homenagem à cidade mineira, onde ela passou o Natal do ano passado

por Carolina Braga 09/11/2014 07:00

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LEANDRO HBL/DIVULGAÇÃO
(foto: LEANDRO HBL/DIVULGAÇÃO )
Dentro da banheira, ela tenta entender o que sente. Mistura roupas de todas as cores na máquina de lavar e observa. Tem lembranças de encontros no elevador. Quer ter cavalos no jardim. Usa decote. E sempre atrasa meia hora. Tiê é simples. Esse modo de viver – ou seria de olhar para a vida? – mais uma vez confere graça, delicadeza e sinceridade à música que ela faz.

'Esmeraldas' é o terceiro disco de carreira. O nome é homenagem à cidade mineira, onde ela veio passar o Natal do ano passado e acabou definindo aqui todo o conceito do terceiro disco. “Ele vem um todo e cada música é como se fosse um capítulo. Sabia que queria os tambores, as guitarras, os violinos”, conta. Assim como já ocorreu em 'Sweet jardim' (2009) e 'A coruja e o coração' (2011), os hábitos do dia a dia se transformam em dramaturgia nos cenários narrados nas canções.

'Gold fish', parceria com letra em inglês com Flávio Juliano, abre o álbum. Começa leve, quase sussurrando, antes da virada pop, movimento que, inclusive, repete-se em outras faixas. 'Máquina de lavar', parceria com Andre Whoong, é um bem-humorado olhar para as tarefas domésticas. Daquele tipo de música capaz de fazer o ouvinte criar um filme na própria cabeça. 'O urso', 'Mínimo maravilhoso', 'Isqueiro azul' e 'Meia hora' são canções mais solares. Já 'Gold fish', 'Par de ases', 'Esmeraldas', 'Depois de um dia de sonho', 'Vou atrás', 'A noite' e 'All around you', esta com participação especial de David Byrne, trazem balanço mais introspectivo.

O disco é daqueles que sempre guardam uma surpresa para cada audição. Seja uma passagem curiosa na letra ou uma virada na música, um detalhe interessante na sonoridade que terá passado despercebido. Além de simples, para Tiê o novo trabalho também é “bem sincero”.

“Evito ter maquiagens ou cantar palavras que eu não uso”, conta. Tanto é assim, que, no encarte que acompanha o CD, a escrita das canções reproduz o jeito – digamos que contemporâneo – de se expressar por mensagens rápidas. “O seu isqueiro azul está aqui/ Será que você vai lembrar? (...) Cê sabe que eu te conhecia”, é um exemplo presente em 'Isqueiro azul'.

A produção do disco foi feita por Adriano Cintra e o norte-americano Jesse Harris, que já trabalhou com nomes como Norah Jones e Bright Eyes.

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