Rick Wakeman mostra canções antigas e promete duas horas de show em BH

Ex-tecladista do Yes se apresenta neste sábado no Palácio das Artes

por Carolina Braga 31/10/2014 07:00

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ArtBhz/Divulgação
(foto: ArtBhz/Divulgação)
Bastou o anúncio dos shows na América Latina no site oficial de Rick Wakeman e o canal de comunicação do endereço não parou mais de receber mensagens. Brasileiros e, sobretudo, argentinos mandavam ao ex-tecladista do Yes sugestões de canções que não deveriam faltar no repertório da turnê, que passa por Belo Horizonte no sábado. Resultado: mais de duas horas de show. “É muito longo mesmo. Tem as canções que foram pedidas e outras que ninguém está esperando ouvir”, adianta o músico.

É nítido o quanto Rick Wakeman se diverte com esse canal direto com o público. Ao reconhecer que a interatividade foi a chave para escolher as músicas, ele conta que estarão no repertório sucessos lançados em álbuns como 'Rei Arthur', 'As seis esposas de Henrique VIII' e, claro, o lendário 'Viagem ao centro da Terra'. A julgar por recentes passagens pela Escócia e a Inglaterra, covers de Cat Stevens ('Morning has broken'), David Bowie ('Life on Mars') e até Beatles ('Summertime') vira e mexe orbitam o repertório dele.

Rick Wakeman chega a BH 10 dias depois de seu ex-colega de banda Jon Anderson. O tecladista concorda que há uma nova onda progressiva voltada para o rock. Na recente passagem pela Argentina, surpreendeu-se ao ver que grande parte da plateia era formada por jovens. A constatação é de que há outra geração tendo o primeiro contato com o rock progressivo e consumindo pra valer. O curioso é que entre os neo pro-rock, não há preconceito nem clima vintage.

 

Assista: jornalista Daniel Seabra fala da expectativa para o show

 

 

 

Liberdade Como prova disso, Rick Wakeman conta um caso. Há cerca de um ano, recebeu de uma jovem com cerca de 20 anos um CD de rock progressivo. “Adorei e comentei minha surpresa pelo fato de ela gostar desse tipo de música, feita basicamente por homens mais velhos no palco”, lembra. A resposta da garota o impactou de tal modo que ainda hoje o músico faz questão de reproduzi-la. “Ela riu e falou que idade não tem nada a ver com música”, recorda.

“Então, me dei conta de como isso é novo para aquelas pessoas, e é muito importante tratar tudo isso com o mesmo respeito com que tratamos desde o início”, diz. Além de novos ouvintes, para Rick Wakeman, a liberdade dá o tom ao rock progressivo é algo que continua a inspirar novas gerações de músicos profissionais. “Não fizemos nada deliberadamente. Tentamos fazer misturas que funcionaram musicalmente. Recentemente, me dei conta de como isso ajudou muita gente a fazer o que quiser. Acho que somos exemplos de liberdade”, reflete.

Dois shows
No show que fará em Belo Horizonte, Rick Wakeman apresenta formato que ele mesmo chama de pouco usual: com banda. É que desde que recuperou fragmentos perdidos de 'Viagem ao centro da Terra' e gravou, na íntegra, acompanhado de orquestra, o músico tem circulado com este megaespetáculo. “Tem sido fantástico”, afirma. No Brasil, apenas Porto Alegre – a última cidade da turnê – receberá essa versão. “Acredito que seja por causa do porte da produção. Realmente, é algo difícil de viabilizar”, reconhece. Depois de Belo Horizonte, ele se apresenta em Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.

SAIBA MAIS
Coleção de sucessos


Nascido em Londres em 1949, Nick Wakeman é reconhecido como virtuose nos teclados. Com formação em piano clássico, foi pioneiro no uso do teclado eletrônico e não economizou. Até hoje, apresenta-se cercado por vários instrumentos. O primeiro sucesso na carreira foi na banda The Strawbs, em 1970, um ano antes de se juntar a Jon Anderson (vocal), Chris Squire (baixo), Peter Banks (guitarra) e Bill Bruford (bateria) no Yes. Como foi um relacionamento turbulento, ele entrou e saiu da banda pelo menos cinco vezes. Entre idas e vindas, tocou com nomes como David Bowie, Cat Stevens e Al Stewart. Tem mais de 50 discos lançados.

MEMÓRIA

Falar em Belo Horizonte para Rick Wakeman desperta memórias de dois períodos muito distintos. Primeiro – e mais recente – é a Copa do Mundo. “Foi uma cobertura muito intensa aí da cidade de vocês”, diz o inglês sobre os jogos da seleção do país dele no Mineirão. Lembra que até Mick Jagger estava na plateia? Pois é.A outra lembrança do tecladista é de quando tocou aqui pela primeira vez. Foi em 11 de setembro de 1981, quando apresentações internacionais por aqui eram raridade. Rick Wakeman levou ao Mineirinho 22 mil pessoas, recorde internacional para o recém-inaugurado ginásio de esportes que, no campo das artes, costuma receber público semelhante nas apresentações de Roberto Carlos.

RICK WAKEMAN E BANDA
Show neste sábado, às 21h. Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1537. Centro, (31) 3236-7400. Ingressos: Plateia 1: R$ 250 (inteira); R$ 125 (meia); plateia 2: R$ 200 (inteira); R$ 100 (meia); balcão: R$ 150 (inteira)
 e R$ 75 (meia).

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