Djalma Não Entende de Política abusa da irreverência em disco e no palco

Banda mineira lança primeiro álbum com show que já está com os ingressos esgotados

por Walter Sebastião 17/10/2014 08:00

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Cléber Chaves/Bárbara Leal/Divulgação
(foto: Cléber Chaves/Bárbara Leal/Divulgação )
A banda mineira Djalma Não Entende de Política lança seu primeiro disco nesta sexta-feira, às 21h, no Cento e Quatro. O formato é de um EP, ou extended play, que vem a ser um CD com cinco músicas, o cartão de visita da turma. Para eles, a música brasileira é tão rica e heterogênea que dá para trabalhar vários gêneros sem problemas. Por isso a gravação junta marchinha de carnaval ('Bônus antitarifário'), música baiana ('Axé'), tecnobrega ('A DP da DP'), samba ('Supernotícia') e rock ('Quase duas'). No show, surgem outras, como o frevo 'Com quantos santos se faz uma cidade'. As letras falam do cotidianos seja a violência da cidade grande ou os nomes dos bairros da capital mineira.


O grupo é formado por amigos do curso de Comunicação Social: Carlos Bolívia (guitarra), André Albernaz (teclados e cavaquinho), Drica Mitre (vocal), Carol Abreu (percussão), Terêncio Oliveira (baixo) e Marcos Alberto (bateria). Nasceu em 2010 como trio, formado para tocar samba. Mas, como conta Carlos Bolívia, à medida que foi entrando mais gente o leque estilístico começou a abrir. “E foi uma abertura importante, pois trouxe a possibilidade de fazer os mais distintos ritmos, a qualquer momento”, explica o guitarrista. Bolívia conta ainda que todos os integrantes são compositores, o que gera repertório extenso. As músicas que estão no EP, por exemplo, foram escolhidos em uma votação entre eles.

Contundência O gosto pelo heterogêneo, como observa Carlos Bolívia, se reflete também nos arranjos e nos timbres, ambos trabalhados de forma a evidenciar uma diversidade sonora. Pontos fortes no trabalho do grupo são o gosto pelo deboche e a crítica, as interpretações que valorizam a performance no palco e a abordagem de questões que são do cidadão e de quem vive na rua. “Preferimos, nas letras, por exemplo, ser mais objetivo, evitando subjetivismo ou falar só do que é sentimento”, observa o músico. Ele considera, inclusive, que há dimensão política no que o grupo faz, mas lembra que nada é panfletário.

O nome do grupo, revela Carlos Bolívia, nasceu de referência a um andarilho chamado Djalma, “que é muito legal”, mas que mistura e confunde tudo. A banda já tocou n’A Obra, no CCCP, em vários eventos universitários, ocupações e na quadra da Escola de Samba Cidade Jardim. “A proposta era fazer música sem pretensão – o que queríamos é tocar, mas aos poucos vieram as composições, o som ficou bom, começou a ser bem recebido e continuamos criando”, recorda. O momento atual, explica, é de vontade de ampliar as atividades. Seja fazendo shows fora de Belo Horizonte ou levantar recursos para um álbum com mais músicas.

Para Carlos Bolívia, a exploração das diversas faces da música brasileira, com toda liberdade e influenciado pelo tropicalismo é uma marca do momento musical de BH. “E pode ser percebido em bandas como Graveola e o Lixo Polifônico, Dom Pepo, A Fase Rosa, 12 Duoito e no somd e Gustavito, entre outras. Todos trabalhando com referências as mais diversas, o que torna impróprio dar a elas um mesmo rótulo”, argumenta.

A DP da DP

Lançamento do EP do grupo Djalma Não Entende de Política, hoje, às 21h, no Cento e Quatro, Praça Ruy Barbosa, 104, Centro. Ingressos esgotados. Informações: (31)3222-6457.

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