Zeca Baleiro lança disco de canções infantis e coletânea de crônicas

Compositor produz ainda musical sobre Nelson Rodrigues e DVD

por Rebeca Oliveira 13/10/2014 11:21

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(foto: Divulgação)
Até o início do ano que vem, definitivamente, Zeca Baleiro terá uma agenda agitada. Novo livro, musical sobre Nelson Rodrigues, DVD em que canta músicas de Zé Ramalho, além do lançamento de álbum e DVD infantil. Em meio a inquieta rotina, o cantor, escritor e compositor conversou com o Correio sobre os projetos mais recentes: o terceiro livro, 'A rede idiota e outros textos', lançado em setembro, e o disco 'Zoró [bichos esquisitos] Vol. 1', que chega às lojas esta semana. Conseguir tempo para se dedicar a tantos projetos, segundo ele, não é tarefa das mais complicadas. “Tempo a gente acha quando faz algo com prazer — esta frase poderia ser de uma garota de programa, mas é minha”, diverte-se.

Compilação de crônicas e artigos escritos por Zeca Baleiro de 2008 a 2013, 'A rede idiota…' é dividido quatro partes, que reúnem crônicas, reflexões sobre música, conversas francas sobre temas aleatórios e textos encomendados por jornais brasileiros. Ele garante — o título do livro nada tem a ver com a relação que mantém com a internet e as mídias digitais.

“Acho que a internet é um bem inevitável. Mas, como todo grande veículo de comunicação, é mal usado — vide tevê e rádio hoje. Uso muito para trabalho e tem sido uma baita ferramenta para a divulgação dos meus projetos”, assegura. “Mas a vida pessoal tem que ser pessoal, cara a cara, e amigos, na mesa de bar”, acrescenta.

O disco infantil, por sua vez, 'Zoró [bichos esquisitos] Vol. 1', é a concretização de uma vontade antiga, adiada por alguns anos. O divertido álbum tem 28 faixas e, numa delas, Baleiro conta com o backing vocal dos filhos, Manu e Vitória. Além disso, em todo o projeto, ele ganha o reforço de convidados ilustres: Tom Zé, Fernanda Abreu, Walter Franco e o filho Diogo Franco, Blubell, Tetê Espíndola, Wado e o violeiro mineiro Chico Lobo, entre outros. “O disco será sucedido por um DVD com 11 animações — até o Natal, imagino que saia”, adianta.

Entrevista /Zeca Baleiro

Muita gente acredita que a crônica pode ser futuro da literatura, por permitir uma leitura mais solta, desprendida e veloz. Há também quem defenda que a salvação da literatura é a internet. Você concorda?
Acho que, na nossa época digital e dispersiva, os textos curtos saem na frente: crônicas, contos, ensaios. Mas a salvação da literatura é a educação, e nesse processo a internet pode ser muito importante. Acha bacana o recurso do e-book, mas, na minha opinião, nada substitui o livro.

Seus textos revelam, simultaneamente, sensibilidade e conhecimento do meio em que trabalha. Algum autor, em especial, o ajudou a criar este estilo? Quais seus autores favoritos?
Li muitos livros de crônicas entre a infância e a adolescência, foi minha iniciação — havia uma coleção da Editora Ática chamada Para gostar de ler, com textos de Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Fernando Sabino. Meus pais compravam para eu e meus irmãos lermos. Depois, fui descobrindo as coisas por conta própria e por influência dos amigos mais velhos. Albert Camus, que me fez um estrago danado, Ítalo Calvino, romancistas brasileiros, mais poesia beatnik, geração mimeógrafo…

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