Eliana Pittman traz seu jazz para Belo Horizonte neste sábado

Cantora é atração do festiva Aqui Jazz em sua edição comemorativa de 10 anos

por Ailton Magioli 10/10/2014 09:01

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Vinícius Campos/Divulgação
Conhecida na década de 1970 como Rainha do Carimbó, Eliana Pittman celebra a valorização do ritmo (foto: Vinícius Campos/Divulgação)
De volta a Belo Horizonte para apresentação única neste sábado, na Praça da Liberdade, Eliana Pittman vai ficar do jeito que gosta: de frente para o povo. Atração da edição comemorativa da primeira década do Aqui Jazz, acompanhada da banda Take Five e sob direção de Pedrinho Alves Madeira, a cantora interpreta sucessos das divas do jazz Ella Fitzgerald e Billie Holiday, além de versão para o inglês da pérola Wave, de Tom Jobim, entre outros clássicos brasileiros.


“Costumo dizer que Ella é a minha professora de canto”, diz Eliana, lembrando que o padrasto Booker Pittman sempre a colocava para escutar a cantora norte-americana, além de Sarah Vaughan. A afinação, o vocalize e a dinâmica de bebop – uma das correntes mais influentes do jazz – são algumas das qualidades de Ella Fitzgerald que atraíram Eliana. “Aquela clareza de voz que a gente entende palavra por palavra, articulada”, elogia a brasileira. Já em se tratando de Billie Holiday, o que mais atrai Eliana Pittman é o sentimento. “Aquela tristeza que só ela tem”, elogia.

Preparando-se para gravar o novo disco depois do independente Minhas novas influências, de 2009, que ela mesmo produziu, nos últimos anos acabou se destacando mais como atriz. Além das novelas América, Tempos modernos e Sangue bom, Eliana fez participação em Malhação, todas na Globo, e na série Preamar, da HBO Brasil. “Quando estou atuando não é a Pittman que está ali. É a Eliana atriz”, compara, lembrando que a maioria das personagens tem características diferentes das da cantora, que normalmente se apresenta com muito glamour. “É um desafio”, avalia, confessando que quando atua sai da zona de conforto, mas adoro.

Dedicada atualmente ao estudo da religião hebraica, na semana passada, ela se preparava para um jejum de 26 horas, entre sexta-feira e sábado, graças ao considerado Dia do Perdão. “É um trabalho muito lindo, de renovação espiritual”, garante Eliana Pittman.

Patrimônio Ela foi a responsável, na década de 1970, pelo lançamento do carimbó na mídia. Até então restrito ao Norte do país, o gênero musical que hoje tem estrelas da região (caso de Sophia e Dona Onete) foi gravado por ela em LP produzido por Sérgio Cabral. A cantora conheceu o ritmo durante viagem a São Luís do Maranhão, quando ouviu Pinduca pela primeira vez. Agora, ela celebra o fato de o ritmo ter sido recentemente declarado patrimônio cultural imaterial do Brasil.

No ano passado, Eliana esteve em Belo Horizonte para participar do projeto Salve rainhas, que trouxe de volta à cidade uma série de cantoras ausentes da cena, como ela e Rosemary. Com mais de 50 anos de estrada, ela começou trabalho artístico em 1961, ao lado do saxofonista norte-americano Booker Pittman, seu padrasto, mas não demorou para se firmar na carreira solo, onde ficou conhecida, na década de 1970, como a Rainha do Carimbó.

 

HEBERTON LOPES/DIVULGAÇÃO
(foto: HEBERTON LOPES/DIVULGAÇÃO)
Take Five

 

Formado por Ricardo Penido (trompetista), Matteo Ricciardi (arranjos e saxofone), Hugo Silva (contrabaixo), Leo Lana (percussão) e Walner Casitta (piano), o Take Five é presença constante no Aqui Jazz, projeto que há uma década circula pelas praças públicas de Belo Horizonte com shows de qualidade. Na voz de Eliana Pittman, por exemplo, o público terá a oportunidade de ouvir clássicos norte-americanos como Cry me a river, Blue moon, Summertime e Night and day, além de pérolas jobinianas. 

 

ELIANA PITTMAN & BANDA
Show comemorativo dos 10 anos do Aqui Jazz. Sábado, às 20h. Praça da Liberdade, Funcionários. Entrada franca.

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