Cantora mineira Carla Gomes faz show nesta terça, no Teatro Francisco Nunes

Natural de Belo Horizonte, ela conquista prestígio nacional com o primeiro disco

por Walter Sebastião 07/10/2014 07:30

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Cassia Paes/Divulgação
Carla Gomes começou cantando em coral, passou pela noite e agora faz sua estreia em disco (foto: Cassia Paes/Divulgação)
A cantora Carla Gomes lança nesta terça-feira, com show no Teatro Francisco Nunes, o disco 'O tempo sou eu'. Para ela, o trabalho tem toda uma história, cujo princípio é a satisfação de entrar em estúdio. “Da seleção do repertório à escolha dos músicos, tudo foi feito procurando mostrar o que gosto, escuto, como sou”, explica. Proposta que, aponta, está sintetizada em composição que leva a assinatura dela: 'Eu acredito'. “Esta música, de forma singela, mostra a força do disco”, observa.

O meio da história foi mais complicado. Carla se tornou mãe de Saulo e perdeu o irmão. “As duas coisas mexeram muito comigo, trouxeram para o disco uma reflexão sobre a vida”, conta. Vivências que, “de modo premonitório”, estão na faixa-título. “O final da história é a celebração da música, possível com a participação de muita gente que admiro”, continua. “Foi um presente contar com o Cidade Negra em 'Baixada news', de Samuel Rosa e Chico Amaral”, acrescenta.

Carla Gomes não esconde a gratidão não apenas à banda carioca, mas a todos os instrumentistas – Marcos Suzano, Fernando Vidal, Rodrigo Tavares, Serginho Trombone, Stephan San Juan e o produtor Liminha. “Eles entenderam a proposta e me deram tranquilidade para realizá-la. E ter todos esses artistas num disco meu é um aval”, comemora. “Fiz um disco que dialoga muito com a música popular brasileira. E nesse sentido há uma conversa forte entre tudo o que está no CD.”

Diversidade
Mineira de Belo Horizonte, nascida na Vila Ventosa, Carla Gomes começou cedo na vida musical: aos 12 anos participava do Coral da Capela São Pedro, na comunidade onde morava. A partir dos 18, passou a atuar profissionalmente, com apresentações em bares. Desde então vem marcando presença e ganhando admiradores e prêmios. Em 2011, venceu o concurso Novos Talentos do Samba, do Bar Carioca da Gema. O CD de estreia reúne vários gêneros (reggae, soul, xote, afoxé). “Não quero ser cantora de um ritmo só. Amanhã, posso cantar samba balanço, baião”, avisa.

Motivo de prazer para Carla Gomes é ouvir Marisa Monte, Elis Regina, Cássia Eller, Gal Costa, Zizi Possi, Milton Nascimento e Zé Renato, assim como Sara Vaughan, Ella Fitzgerald, Erykah Badu e Macy Gray. Todos por um mesmo motivo: “São tocantes, me fizeram apreciar o quando é belo um ser humano cantando. E todos os cantos são muito particulares, próprios, não tem outro igual”. Isso explica como ela é eclética, pois ouviu e ouve muita coisa. “Acho positivo ter acesso a muitos artistas e estéticas. Aos poucos, você seleciona os especiais para você, coloca numa caixinha e guarda.”

A vida musical em Belo Horizonte, na opinião dela, cobra dedicação. “Em alguns momentos, a cidade ajuda; em outros, atrapalha. Mas isso é parte da vida”, conforma-se. O projeto no momento é se dedicar a shows divulgando o disco, aproveitando as boas referências que vem recebendo. “Gravar um disco é fascinante, porque todo processo é mágico. E também coloca perguntas. Como: ‘O que vem a partir de agora?’ Ao terminar o trabalho, pensei comigo, tenho de fazer outro.”

Esta noite, Carla Gomes sobe ao palco do Chico Nunes com Jelber Oliveira (teclados e direção musical), Egler Bruno (guitarra), Marcílio Rocha (violão e guitarra), Reginaldo Costa (baixo), Zanarth Oliveira (bateria e, Daniel Andrade e Mamede (percussão).

O tempo sou eu
Show de Carla Gomes, nesta terça-feira, às 20h, no Teatro Francisco Nunes (Parque Municipal, Av. Afonso Pena, Centro). Ingressos a R$ 25. Informações: (31)3277-6325.

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