Suzanne Vega retorna com o disco 'Tales from the real of the Queen of Pentacles'

Com 10 faixas, álbum parte da figura que dá título, uma das personagens do tarô, para tratar das coisas da matéria e do espírito

por Kiko Ferreira 07/10/2014 07:30

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Radu Sigheti/Reuters-16/7/09
Suzanne Vega defende o pretinho básico em disco inspirado (foto: Radu Sigheti/Reuters-16/7/09)
Sete anos sem lançar músicas inéditas, enquanto revia seu songbook em versões acústicas, na série de quatro CDs temáticos 'Close up', foram suficientes para Suzanne Vega afiar suas armas melódicas e poéticas. 'Tales from the real of the Queen of Pentacles', com 10 faixas e produção e arranjos do guitarrista irlandês Gerry Leonard (Bowie, Laurie Anderson, Rufus Wainright), traz de volta a cantora e compositora que surgiu, na década de 1980 com um folk urbano que travava cenas do cotidiano e personagens reais com letras de poesia certeira e instrumental quase nunca óbvio, apesar de muitas vezes simples.

Gravado em apenas oito dias, com participações tão diferentes como as do baixista Tony Levin (King Crimson) e da Orquestra de Câmara Smichov, de Praga, e do rapper 50 Cent (num sampler de 'Candy shop') o álbum parte da figura que dá título, uma das personagens do tarô, para tratar das coisas da matéria e do espírito e suas interseções. Ricos e pobres, gênios da lâmpada, a caixa de pandora, anjos e cavalheiros servem como avatares (ela foi a primeira artista a ter vida no mundo virtual second life) para suas ideias atemporais. Como a responsabilidade de só libertar o que você pode controlar em 'Don’t uncorck what you can’t contain'; a violência contra a criança, que já rendeu o clássico 'Luka (Song of the Stoic)' e a capacidade de definir destinos e caminhos em 'Horizon (There is a road)', dedicada ao checo Vaclav Havel.

Sem magias nem personagens de fantasia, a faixa com capacidade de se tornar um clássico instantâneo é a que tem a letra mais simples. 'I never wear white' pode ser cantada por todo mundo que prefere um pretinho básico às cores do mundo: “Nunca usei branco/ branco é para virgens/ crianças no verão/ noivas no parque.// Minha cor é o preto preto/ preto é para segredos/ foras-da-lei e dançarinos/ para o poeta da escuridão/ Preto é a verdade”. E por aí vai. Um ótimo exemplo de humor de Nova York a serviço do mundo.

MAIS SOBRE MÚSICA