“Nos arranjos, há apenas alguns detalhes, quase que pequenas correções para melhorar um pouco”, avisa Sergio Hinds. “Já em relação à sonoridade, fazemos o mais fiel possível. Hoje temos equipamentos mais modernos e muitos teclados são lançados com sons dos anos 1970. A fidelidade é incrível e a sonoridade, melhor. O público vai reconher o som e se sentirá gratificado por essa qualidade. A gente gosta desse som antigo. Imagine ouvir o David Gilmour, do Pink Floyd, soando diferente?”
O artista conta que a ideia desse show surgiu do produtor Claudio Fonzi, especializado em rock progressivo: “Como o lançamento do blu-ray em 3D d’O Terço está atrasado, achei a ideia boa. O Claudio está sempre em contato com os fãs da banda Várias dessas músicas a gente não toca há muitos anos e são queridas pelos fãs”. Hinds revela que essa experiência tem sido, além de emocionante, um belo exercício para a memória dele mesmo.
“É quase um repertório novo, tenho de retomar do zero”, conta. “Há músicas lindas, como Gente do interior”, diz. Além dessa, estão no repertório composições como Lagoa das lontras, Adormeceu, Deus, Mudança de tempo, Blues do adeus, No edifício da Avenida Central e Amanhecer total, esta última com seis movimentos e 18 minutos de duração. “Alguns fãs disseram já ter visto a gente tocá-la, mas não me lembro disso”, diverte-se.
Ainda assim, o artista afirma que não deixará de fora algumas músicas obrigatórias, como Criaturas da noite, Hey amigo e 1974. O set list, que conta com cerca de 15 composições, terá também duas de Jorge Amiden, guitarrista e vocalista que integrou o grupo em sua primeira formação e que morreu em junho. “Montei um show para que qualquer pessoa goste. Fãs d’O Terço e amigos que são levados para conhecer a banda. É para quem gosta de música poder apreciar”, completa.
Renovação
Por falar em público, Sergio Hinds conta, orgulhoso, que percebe a renovação total nas plateias d’O Terço. “Diria que 10% é o público da época. E não é caso de pai que leva filho para o show. É a internet. O moleque ouve falar e vai. Sou o músico patrocinado há mais tempo pela Tagima, aí o moleque entra lá no site e vê isso. Há uns sete anos, tocamos em Juiz de Fora num bar e o cara mais velho tinha uns 25 anos. E todo mundo cantando. Os caras vão atrás. É impressionante.”
BH Prog Festival
Shows de Sergio Hinds e Cálix. Nesta quarta, às 20h, no Teatro Bradesco (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Ingressos a R$ 100 e R$ 50 (meia-entrada), à venda na bilheteria e pela internet (desconto de 15% para sócios do Minas Tênis Clube e de 25% para clientes e funcionários do Bradesco). Informações: (31) 3516-1360 e www.teatrobradescobh.com.br