Irmãos Lelo e Zé Eduardo lançam disco do Duo Nazário

Membros de uma das famílias mais tradicionais do instrumental brasileiro, músicos apresentam novo trabalho com sete faixas inéditas

por Eduardo Tristão Girão 16/09/2014 09:47

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Duo Nazario/Divulgação
O compositor e pianista Lelo e seu irmão Zé Eduardo, baterista e percussionista, lançam disco do Duo Nazário (foto: Duo Nazario/Divulgação)
O sobrenome Nazário é uma credencial de respeito há décadas na cena instrumental brasileira, de maneira que surpreende o fato de só agora os irmãos Lelo e Zé Eduardo lançarem um disco juntos. Integraram a banda de Hermeto Pascoal, participaram do Pau Brasil e criaram o Grupo Um e o trio Percussonica, além de terem gravado com outros nomes de peso. Agora, com Amálgama, finalmente puderam se concentrar um no talento do outro.

“Ficamos uns anos com o Pau Brasil e decidimos retomar o duo. A proposta sempre foi misturar música eletroacústica com os meus teclados e a bateria do Zé. Essas incursões, a vanguarda, o jazz avançado e a música brasileira sempre estiveram presentes no que a gente faz. Compomos em cima de bases que crio no computador, em estúdio. Essa é uma parte do trabalho, pois também fazemos sem nada eletrônico. A base é misturar o eletroacústico com o ritmo brasileiro”, afirma Lelo.

Gravado em outubro, em São Paulo, o trabalho conta com 11 faixas, sete inéditas. Ano da serpente, Velho mundo novo, Dez e meio, Fio de aço e Nunca é para sempre são algumas delas e remetem indiscutivelmente àquela atmosfera criativa e virtuosa dos anos 1970. Cartas terrestres é outra faixa que ganhou primeiro registro: foi tocada originalmente num concerto em homenagem ao compositor Almeida Prado (que também estava no palco) e nunca mais havia sido executada.

“Gravamos com o mesmo frescor do ao vivo. Chegamos para tocar, sem playback, sem dobrar nada. Fizemos em dois dias, gravando no primeiro e mixando no segundo. Fizemos uma tomada para cada música. Hoje, mesmo quem gosta de fazer música experimenta tomadas para ver qual é a melhor. A primeira, quando você dá o seu melhor, sempre sai mais quente, da segunda vez nunca sai tão legal”, conta o tecladista.

Interação


Tamanha afinidade não é obra do acaso: os dois tocam juntos desde criança. Lelo começou a estudar piano aos 4 anos e seu irmão, aos 6. “Sempre estivemos juntos, mesmo em trabalhos com outros músicos. A gente tem uma união de tantos anos que criamos uma espécie de paranormalidade. Um vai tocar e o outro já sabe o que é. Ha fusão de ideias única, com uma interação que faz esse novo trabalho algo realmente especial. As músicas têm essa característica de diálogo. Um toca, o outro responde”, diz.

Saiba mais
Vanguarda


Lelo Nazário revela que a reativação do Grupo Um está nos planos dele e do irmão. Criada em 1976, a formação chamou atenção pela sonoridade vanguardista, tendo lançado três discos. “O Sesc Ipiranga nos fez uma proposta para voltar com Mauro Senise, Rodolfo Stroeter. Seria complicado reunir todos que já participaram do grupo, já que alguns moram fora de São Paulo”, conta ele. Em 2014, lembra o tecladista, completam-se 35 anos
do lançamento do primeiro álbum, Marcha sobre a cidade.

MAIS SOBRE MÚSICA