Segunda temporada de 'Minha loja de discos' percorre lojas nos Estados Unidos

Série voltada para os fãs do LP correu a Inglaterra na primeira temporada em busca de lojas que preservam a tradição do vinil

por Mariana Peixoto 08/09/2014 08:33

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Ton Ton Filmes/Divulgação
A Louisiana Music Factory é a primeira loja retratada na nona temporada da série (foto: Ton Ton Filmes/Divulgação)
Maior mercado consumidor de música do mundo, os Estados Unidos contam hoje com 3 mil lojas de discos. A despeito de todas as dificuldades que o mercado enfrenta há pelo menos duas décadas, elas continuam sendo abertas naquele país, mesmo que muitas fechem com não mais de um ano de funcionamento. Mas há lojas históricas, que sobrevivem contra tudo e todos. Treze delas, localizadas em diferentes cidades do território norte-americano, serão mostradas na série 'Minha loja de discos', que estreia sua segunda temporada nesta segunda, às 19h, no canal Bis (TV paga).

Se na primeira temporada a dupla de diretores Elisa Kriezis e Rodrigo Pinto percorreu as lojas britânicas, desta vez teve que viajar por um número muito maior de cidades. Ao longo de quatro meses, eles foram a Los Angeles, Nova Orleans, Memphis, Austin, Chicago, Detroit, Nova York, Nashville, Porland, San Francisco e Seattle, chegando até mesmo ao Havaí. A partir de um levantamento de 40 lojas, os dois chegaram às 13 retratadas na série. A que abre a temporada é a Louisiana Music Factory, em Nova Orleans.

Tradição “Escolhemos aquelas que têm maior afinidade com a cena musical local e que tivessem pelo menos mais de 10 anos de história”, conta Rodrigo. Além de entrevistar proprietários, funcionários e público frequentador, eles conversaram também com artistas, como Moby, Johnny Winter, Jeff Mils e Mark Ramone e músicos das bandas Sonic Youth, Warpaint, Neville Brothers e Pixies. “Como os Estados Unidos têm muito mais espaço físico que no Reino Unido, obviamente isso traz um impacto grande nos estoques (das lojas). Com raras exceções, as lojas britânicas, em geral, são muito específicas, enquanto as americanas vendem de tudo”, continua Rodrigo.

O programa foi até a maior loja do mundo, a célebre Amoeba, de Los Angeles, como também à Goner Records, em Memphis, que realmente vendem de tudo, mas priorizando o punk. “Algumas só vendem vinil, como a Mississippi Records, em Portland, mas em geral você também encontra de tudo, tanto novos quanto usados. Como vinil está em alta, você encontra especialmente muitos usados. As lojas geralmente compram por US$ 40 mil grandes coleções em que um disco custa US$ 2. Daí, o vendem por US$ 15.”

Para realizar entrevistas com os artistas, a dupla rodou os principais festivais de música. Foi no New Orleans Jazz & Heritage Festival que eles entrevistaram, em 3 de maio, o guitarrista Johnny Winter, encontrado morto em 16 de julho, num hotel na Suíça, aos 70 anos. “Para a câmera, acredito que deva ter sido uma das últimas entrevistas dele”, diz Rodrigo. “Encontramos nos bastidores com um senhorzinho que respirava com certa dificuldade. Tivemos que repetir algumas perguntas, algumas vezes ele perdeu o fôlego. Mas falou do blues no Sul do Texas, que tem uma longa história de música negra. Assim que terminou (a entrevista) e ele subiu ao palco, o som foi maravilhoso”, conclui.

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