“Apesar da diversidade, Samboleria tem cara de álbum. Há unidade entre as músicas”, explica o autor. O repertório do show trará novidades, como a faixa-título, Ponto com e sem e O peixe quer água, além de canções de outros discos, que fizeram a fama de Villeroy, especialmente na voz de Ana Carolina. Foi ele quem compôs Tolerância e Pra rua me levar, hits da mineira.
Antonio Villeroy anda feliz da vida com Samboleria. “Ele tem sonoridade especial. Estou mais inteiro nesse disco e retomei o prazer de cantar, foi assim que comecei a minha carreira. Como minhas músicas eram gravadas por outros artistas, botei o burro na sombra e fiquei com preguiça de ir para a estrada. Agora estou de volta”, brinca.
O gaúcho nem gosta de comparar o novo trabalho com os anteriores, ainda veja uma ponte com Sinal dos tempos. “Entre os dois discos, casei-me e fui pai de uma menina. Isso fez bem para a música, o canto e a concentração. Você separa o que é essencial da tralha”, garante.
Mestre Lançado em 1995, o disco Totonho Villeroy traz participações especiais do mineiro Toninho Horta e do gaúcho Renato Borghetti. Toninho é um mestre, diz ele. “Foi Beijo partido, cantada por Milton Nascimento, que me levou a compor. Essa canção tem arte e mistério, o mesmo que senti quando ouvi Chico Buarque”, recorda. Ana Carolina é a principal intérprete de suas composições. Sete faixas do disco Perfil, lançado pela mineira, levam a assinatura dele. Maria Bethânia, Gal Costa, Mart’ Nália e Luiza Possi também gravaram músicas do gaúcho.
Villeroy tem o hábito de, a cada show, convidar músicos locais para tocar com ele. Com isso, vem constatando que o Brasil tem instrumentistas de alto nível, com linguagem universalizada e que ouvem de tudo. “Trabalhar assim facilita o trabalho e traz frescor para as músicas, que ganham um pouquinho de sotaque local”, conclui.
O aluno de Koellreuter
José Antonio Franco Villeroy, também conhecido como Totonho Villeroy, tem 53 anos. Nascido em São Gabriel (RS), ganhou o primeiro violão aos 13 e passou a tirar músicas de ouvido. Montou com os irmãos a banda de rock A Mursa, participou de festivais promovidos por secundaristas, passou a fazer shows em Porto Alegre e cidades do interior gaúcho. Em 1985, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou harmonia funcional com Ian Guest e contraponto com Hans-Joachim Koellreuter. Fez pesquisas nas áreas de história da música e musicoterapia. Em 1990, gravou os primeiros discos: Totonho Villeroy e Trânsito.
ANTONIO VILLEROY
Lançamento do CD 'Samboleria'. Teatro Bradesco. Rua da Bahia, 2.244, Lourdes, (31) 3516-1360. Nesta sexta, às 21h. Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada).