Voz, violão e coro. É assim que pernambucano Geraldo Azevedo, de 69 anos, define a apresentação que fará amanhã, às 21h, no Grande Teatro do Palácio das Artes. “O público canta comigo”, acrescenta. O artista defende arte musical que, sem perder a qualidade, mexa com o público, faça as plateias participarem dos espetáculos e se emocionar. Considera, inclusive, que, atualmente, há pouca produção com esse perfil.
Estarão no repertório os sucessos da carreira: Dia branco, Caravana, Dono da minha cabeça e Chorando e cantando, entre outras. Fundamentos de trajetória de 40 anos dedicados à música e a canções que ele ama. Geraldo Azevedo também mostra Paula e Bebeto, parceria de Caetano Veloso e Milton Nascimento, versão que o primeiro acha a melhor da música e o segundo insistiu para Geraldo gravar. “Milton me viu cantando e achou que ficou diferente, parecido com o que eu fazia. Disse que eu deveria gravar e até podia dizer que a música era minha”, recorda.
“Como é um show informal, sem roteiro, com uma música puxando a outra, aceitando pedidos da plateia, a liberdade que você tem é grande. Vou recriando as músicas, fazendo outros arranjos. É criação na hora, sem outros músicos para atrapalhar e sem que eu esteja atrapalhando ninguém”, brinca Geraldo Azevedo.
“O melhor do formato voz e violão é o modo como passa as canções com integridade. E é uma tradição brasileira”, observa. Empatia nacional, que, para ele, deve-se à intimidade da população com o instrumento, que, sozinho, “leva música para todo o país”.
Harmonias O cantor e compositor Geraldo Azevedo nasceu em Petrolina. Desde os 12 anos toca violão. A trajetória musical começou aos 18 anos, quando se mudou para o Recife. Referências musicas foram Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, a bossa nova (“cujas harmonias me fizeram tocar mais do que o nordeste tinha”) e as trilhas sonoras do cinema norte-americano.
Ele Integra grupo de artistas nordestinos (Alceu Valença, Elba Ramalho, Nana Vasconcellos, Teca Calazans, Zé Ramalho e Fagner entre outros) que, nos anos 1970, abre cena pós-tropicalista. “Encerramos um ciclo da música brasileira. Nossas canções valorizam a harmonia, a melodia e a poesia. Com o passar do tempo, a poesia se perdeu”, lamenta. Considera-se autor “de resistência”, como Lô Borges, Fernando Brant e Paulinho Pedra Azul.
Geraldo Azevedo Voz & violão
Show sábado, às 21h. Grande Teatro do Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400. Ingressos: Setores 1 e 2: R$ 80 (inteira); balcão, R$ 60 (inteira).