Biografia revela James Hetfield como um ''metaleiro sensível'' e apresenta bastidores do Metallica

Jornalista Mark Eglinton, autor do livro, crê que artista chega aos 51 anos em forma e distante do mito

por Daniel Seabra 17/08/2014 11:30

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No dia 3, James Hetfield, vocalista, guitarrista e compositor do Metallica, completou 51 anos. Pelo Twitter, Dave Mustaine, seu ex-companheiro de banda, postou: “Feliz aniversário para o meu primeiro parceiro de verdade na guitarra. Nós mudamos o mundo, irmão”. E, realmente, quando começaram a banda, no longínquo 1981, não tinham ideia de que o grupo se tornaria uma das lendas do heavy metal. Você pensa que é fácil liderar um dos maiores nomes da cena em todos os tempos? Pois é mais complicado que parece.


E isso fica bem claro no livro 'James Hetfield, o lobo à frente do Metallica', do jornalista Mark Eglinton (Editora Gutenberg), que conta a trajetória do vocalista desde o início da banda, ainda dividindo o microfone com Mustaine (Megadeth), até os dias de hoje, quando arrasta multidões de banggers ensandecidos aos estádios.

Clemens Bilan/AFP
James Hetfield em ação: carisma que incendeia o público em estádios de todo o mundo (foto: Clemens Bilan/AFP)
Autor do livro que também dissecou outra grande banda, Pantera, Eglinton faz o mesmo com Hetfield. E nada passa batido. Em conversas com pessoas ligadas ao músico e com o próprio artista, o autor trata de assuntos espinhosos, como as brigas internas no Metallica, e, é claro, do batido triunvirato sexo, drogas e rock’n’roll. Aliás, muito de tudo. Logo de cara, na apresentação, ele já revela seu propósito: desmitificar Hetfield. “Ele não é só um guitarrista de habilidades de outro mundo, um vocalista de estatura colossal e um letrista e compositor muito subestimado. Ele também é uma pessoa sensível e atenciosa”, registra.

A ideia é humanizar o mito que se tornou o músico. De como ele começou na música, tocando piano e sonhando com o biscoito que ganhava ao fim de cada aula, à passagem para a bateria e suas principais influências, Black Sabbath, Kiss, ZZ Top e, principalmente, o Aerosmith, com Joe Perry, o encantando, na guitarra. Era aquilo que queria. A separação de seus pais e a morte de sua mãe foram obstáculos difíceis para o jovem que começava – ou pensava em começar – uma carreira musical.

Entra e sai

Na sequência, narra as naturais dificuldades no início da banda e o entra e sai típico da cena. A chegada de Lars Ulrich e o relacionamento que fez com que o Metallica se tornasse cada vez mais sólido. E também a entrada e a saída de Mustaine, que se mostrou mais “doido” que os outros e foi chutado, de forma até hoje pouco explicada.

 

Para seu lugar contrataram Kirk Hammett, então no Exodus. O biógrafo lembra ainda a relação do baixista Cliff Burton, morto em um acidente com o ônibus da banda em setembro de 1986, e sua influência nas letras da banda. Completando a formação, para o baixo a banda traria Jason Newsted.

E segue a história: a briga com o site Napster, de compartilhamento de músicas, encabeçada por Lars com o apoio de Hetfield e fatos até meio nebulosos, dos bastidores das gravações de Load (1996) e Reload (1997), os dois últimos com Newsted, que deixou a banda alegando que não gostava do tratamento que recebia dos colegas. Além disso, o baixista diz que o vocalista não o deixava compor. Em seu lugar entrou Robert Trujillo.

E emendando com o início de tudo, a volta às boas entre Hetfield e Mustaine, em 2010, quando se apresentaram juntas as bandas Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax. Ao que parece, a relação, até então azeda, voltou às boas. E analisando a carreira da banda capitaneada por Hetfield, dos tempos da garagem até assumir feição mais comercial, ainda há muita lenha para ser queimada.

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