Musical que relembra trajetória de Cássia Eller estreia nesta sexta em BH

Espetáculo com direção de Vinícius Arneiro e João Fonseca fica em cartaz até setembro na cidade.

por Ana Clara Brant 08/08/2014 08:44

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Marcos Hermes/Divulgação
A cantora Tacy de Campos foi descoberta pela produção interpretando músicas de Cássia Eller num vídeo na internet (foto: Marcos Hermes/Divulgação )
A percussionista Lan Lan, que fez parte da banda de Cássia Eller e foi sua grande amiga, assegura: quem assistir ao musical que homenageia a artista, que morreu em 2001 precocemente, aos 39 anos, em cartaz a partir de hoje no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), poderá matar as saudades da cantora e compositora. Mas viverá também sentimento contraditório. “É tão intenso, que a gente sente mais ainda falta dela”, comenta.


Lan Lan é a diretora musical do espetáculo, que traz aos palcos a trajetória de Cássia e fica em cartaz na capital mineira até 1º de setembro. É aguardada a presença da mãe de Cássia, dona Nancy, que mora em Minas e ainda não assistiu à produção. A direção é de Vinícius Arneiro e João Fonseca, responsável pelos aclamados musicais sobre Tim Maia e Cazuza. Lan Lan diz que participar da empreitada é um verdadeiro voo de volta à sonoridade de Cássia Eller. Ela conta que quando assiste ao musical revê todo o jeito libertador, o bom humor, a timidez e as coisas das quais a cantora gostava e admirava: a família, os amigos e, sobretudo, a música.


“Revivemos muitas histórias. O espetáculo tem realmente o clima da vida dela, e a presença de Cássia ainda é muito forte. Além de muita gente que viveu aquela época poder recordar, tem muitas pessoas que estão conhecendo e desvendando Cássia Eller por meio da montagem. Estamos fazendo a voz dela ecoar de novo. Isso pra mim é muito gratificante”, salienta.
Cássia Eller – O musical tem Gustavo Nunes como idealizador e produtor, Patrícia Trindade como roteirista e codireção musical de Fernando Nunes. Mas o grande trunfo talvez seja o elenco e, principalmente, a protagonista, Tacy de Campos, de 24 anos, um verdadeiro achado. A curitibana foi escolhida entre mais de 1 mil candidatas e tem impressionado pela semelhança com a homenageada. Não só fisicamente, mas no jeito e no timbre de voz. “Fazer-me passar por uma pessoa que eu não sou tem sido bem difícil até hoje”, afirma Tacy, que nunca tinha atuado e cantava na noite de Curitiba com a banda Os Marginais, dedicada justamente ao repertório de Cássia.


Para Lan Lan, que está encantada com a interpretação da nova atriz, o que mais chama a atenção em Tacy de Campos, assim como na saudosa amiga, é a paixão pela música. “Elas são muito parecidas no jeito, são tímidas, mas o que elas têm mais em comum é que são extremamente musicais. Tacy é uma menina adorável, que nunca tinha trabalhado como atriz. Um dia, nossa produtora viu um vídeo dela cantando uma música da Cássia na internet e eu fiquei impressionada. Tinha uma alma, algo diferente ali. Fomos abençoados. Essas coisas não se explicam. São escolhidas pelo universo. Ela foi treinada, aprendeu a atuar e assimilou com prazer. Por isso, hoje encontramos um pouco da Cássia nela”, acredita.

Elenco A percussionista ressalta o talento dos demais atores e a interação entre eles, que faz lembrar o clima amistoso e de admiração que havia entre os integrantes da banda. O ator catarinense Emerson Espíndola interpreta cinco personagens, sendo que o de maior destaque é o cantor e compositor Nando Reis, um dos principais parceiros de Cássia. O jovem admite que ficou bastante nervoso quando o ex-Titã foi assistir ao musical, e chegou a vê-lo na plateia quando estava encenando. “Nando estava na terceira fila e o frio na barriga era tão grande que me deu um desespero. Quando terminou a peça, ele veio falar comigo, meu deu os parabéns e eu perguntei se ele me dava a bênção. Dali em diante as coisas fluíram melhor”, recorda.


Emerson tinha apenas 11 anos quando Cássia Eller morreu e tem poucas lembranças dela, mas conta que, no dia em que passou no teste para o musical, seus pais e amigos deles comemoraram muito e comentaram da responsabilidade de estar num projeto como este. “Além do desafio de fazer um cara como o Nando Reis, é uma montagem que conta a história de uma grande artista da nossa música. Tem sido muito emocionante e divertido por onde a gente passa, e sei que em BH não será diferente”, diz. O elenco também conta com Eline Porto, Glicerio Rosario, Evelyn Castro, Jana Figarella e Thainá Gallo.

 

Atleticana fervorosa
Cássia Eller tinha uma ligação toda especial com Belo Horizonte. Filha de militar, ela viveu aqui dos 6 aos 10 anos e foi criada no Bairro São Francisco, perto do Mineirão. Passou parte da vida assistindo aos jogos do Atlético, tanto é que se tornou torcedora fervorosa. Sempre que podia, a cantora passava as férias em BH. Sua mãe, dona Nancy, é mineira e mora em Pedro Leopoldo.

 

Três perguntas para... Tacy de Campos,cantora


Muita gente está impressionada com a sua interpretação e como você está parecida com a Cássia. Como foi o processo de composição da personagem?
Tive ajuda de muita gente. A Lan Lan e o Fernando Nunes foram muito importantes em todo o processo, sempre do meu lado, sempre me apoiando. Brinco que eles são a Mainha e o Painho. O elenco e os diretores foram generosos, me receberam de braços abertos. E teve uma preparadora de elenco, a Ana Paula Bouzas, que me ajudou demais. Sem ela eu não estaria aqui.

Você já era fã de Cássia Eller? Que lembranças tem dela?
Tinha 11 anos quando a Cássia morreu. Mais tarde, com uns 15, um amigo me deu um disco dela. E o que me chamou a atenção é que acho que ela canta muito.
 
É a sua primeira experiência como atriz. Isso torna tudo ainda mais difícil?
Comecei a interpretar o repertório de Cássia Eller mais ou menos há uns dois anos, quando formei com uns amigos de Curitiba a banda Os Marginais, em homenagem ao disco O marginal. Então, sou cantora. Não sou atriz, eu estou atriz. Mas aprendi muita coisa de palco, de técnica, de voz. Foi tudo acontecendo durante os ensaios, com o elenco, os diretores e a ajuda da preparadora de elenco.

'Cássia Eller – O musical'
Em cartaz até 1º de setembro. Sextae segunda-feira, às 20h; amanhã e domingo, às 19h. Teatro 1 do Centro Cultural Banco do Brasil, Praça da Liberdade, 450. Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), na bilheteria do teatro e no site. Informações: (31) 3431-9400. Deficiente auditivo ou de fala 0800-729-0088. Site oficial do espetáculo.

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