Morreu na tarde desta quinta-feira, 17, aos 98 anos, o ex-jornalista e músico amador Salomão Borges. Em honra à trajetória profissional do mineiro, o Sindicato dos Jornalistas de Minas cedeu a Casa do Jornalista, no Centro, para abrigar o velório. Borges enfrentava complicações decorrentes de um tumor na bexiga, e encontrava-se internado em Centro de Terapia Intensiva do Hospital São Lucas, na Região Leste de Belo Horizonte.
Nascido e criado no Bairro de Santa Efigênia, também na Região Leste da capital, Salomão teve 11 filhos com Dona Maricota, com que mudou-se para a casa no encontro das ruas Divinópolis e Paraisópolis, em Santa Tereza. O sexto rebento, batizado com o nome do pai, consagrou-se na carreira artística como Lô Borges e formou, ao lado dos irmãos Marilton e Marcio, o Clube da Esquina. Para sustentar a família, o pai dos músicos alternava ocupações em veículos de comunicação da capital.
"Trabalhava no Jornal Diário da Tarde, no correio, depois saía do correio e entrava no Estado de Minas. E teve uma fase que antes de eu ir para o Estado de Minas eu ia para a Rádio da Inconfidência. Da Rádio Inconfidência eu pulava para o Estado de Minas, e saía do Estado de Minas à meia-noite, uma hora da manhã. Eu saía de casa às sete horas e não via meus filhos", contou Borges em entrevista ao site do Museu Clube da Esquina, em 2004.
Salomão, que chegou a presidir o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, sempre foi incentivador das carreiras artísticas de seus filhos. "A pessoa tem que seguir sua vocação, ser fiel às suas origens e aos seus ideais. Então eu entendia assim, já que eles gostam de música, e estão fazendo sucesso, está bom", comentou o repórter em entrevista ao site do museu.
O corpo de Salomão Borges será velado a partir da meia-noite desta quinta-feira, na Casa do Jornalista (Avenida Álvares Cabral, 400). O enterro está previsto para as 15h de sexta-feira, 18, no Cemitério da Paz no Bairro Caiçara, Região Noroeste de BH.