Cantora maranhense Alcione faz única apresentação hoje, no Bailão Venda Nova

Apresentação terá canções do seu disco mais recente, 'Eterna alegria', e sucessos de seus 40 anos de carreira

por Walter Sebastião 05/07/2014 06:00

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Reinaldo Marques/Divulgação
(foto: Reinaldo Marques/Divulgação)
“Vou fazer show com muitos sucessos, músicas que todo mundo conhece, para a galera cantar e dançar”, avisa Alcione. É o que promete para a apresentação que faz hoje, a partir das 22h, no Bailão Venda Nova. E acrescenta: vão estar no repertório músicas do disco mais recente, Eterna alegria, lançado ano passado. A cantora chama a atenção para a canção Sentença, de Serginho Meriti. “É linda, romântica. Há muito tempo não cantava uma música assim. Todo mundo vai adorar”, diz.


Não vão faltar no repertório os sucessos Sufoco e Estranha loucura, que, apesar de cantar há décadas, ainda a deixam emocionada. “Basta os primeiros acordes que o povo vem junto. Foram músicas que construíram a minha carreira”, conta.

A apresentação tem um roteiro básico, mas ela garante que aceita pedidos da plateia. “Como não posso matar a vontade do público de ouvir tudo que quer em uma hora e meia, aceito sugestões que vêm da plateia.”

Alcione diz que o título do disco de 2012 traz o que ela deseja para o mundo e o Brasil: “Eterna alegria. Entendimento, diálogo, paz”, enumera. Coisas que considera necessárias diante de cotidiano em que só se ouve notícia ruim. “Contra as mulheres, então, é terrível”, lamenta.

Trata-se de disco que, sem deixar de lado o romantismo, é o mais dançante da intérprete. E com repertório com direito a rock e ao samba-rock Produto brasileiro, de Xande de Pilares, Gilson Bernini e Brasil do Quintal.

Batuque e reggae Os 40 anos de carreira, conta Alcione, fluíram com as músicas dizendo o que ela deveria fazer. O primeiro disco foi A voz do samba (1975). “Depois observei que, sendo brasileira, não podia deixar o romantismo de fora. E como sou maranhense, não ia deixar de lado o meu reggae, os meus tambores. E fui seguindo”, recorda. A profissão cobrou cuidado com a saúde – “sem ela não dá para fazer nada”– e consciência de que o artista é um exemplo e, por isso, “não pode ficar falando qualquer coisa”.

“Cantei para minha mãe música cujos versos diziam: ‘Que vale a vida sem sorte, se a alma é fraca para que o corpo forte’. Ela me cortou na hora. E disse: ‘Deus te deu voz tão bonita e você falar essas coisas é ingratidão’. E ela estava certa. Tem coisas que a gente não deve falar e, especialmente, não deve cantar. Música tem poder. Traz recordações, une as pessoas, faz refletir. Então, você tem de pensar, tem de ter cuidado com o que está cantando”, diz.

Alcione vê com satisfação a situação que o samba vive hoje no Brasil. “É momento feliz. O samba deixou de ser velha guarda e caiu no gosto dos jovens. A juventude abraçou o samba”, afirma. E observa que, além de ouvir, a moçada está dançando ao som dos batuques. Considera ainda que o país tem hoje grandes cantores, instrumentistas e compositores na área. Entre os mais novos que admira cita Roberta Sá, Diogo Nogueira e Mart’nália.

Ela merece
Alcione Dias Nazareth nasceu em São Luiz e faz, em 21 de novembro, 67 anos. É cantora, instrumentista e compositora. Em 2003, foi agraciada com o Grammy Latino na categoria de melhor álbum de samba. Recebeu da Academia Brasileira de Letras o prêmio de melhor cantora popular. Foi homenageada pela Escola de Samba Unidos da Ponte, do grupo especial do Rio de Janeiro, com o enredo Marrom da cor do samba. Recebeu a Ordem do Rio Branco, a mais alta comenda brasileira.


ALCIONE
Hoje, a partir das 22h, no Bailão Venda Nova, Avenida Elias Antônio Issa, 115, Venda Nova. R$ 60 (pista) e R$ 130 (camarote com bebida liberada). A produção informa que os preços podem ser alterados sem aviso prévio. Confirme os valores dos ingressos pelos telefones (31) 3043-2872 ou (31) 8737-4710.

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