Luciano Salvador Bahia lança disco Abstraia

Álbum do cantor e compositor conta com parcerias de Cláudia Cunha, Fabiano Xavier e Eduardo Dussek

por Ana Clara Brant 21/06/2014 09:46

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Dubas/Divulgação
Luciano Salvador Bahia volta a gravar depois de oito anos. Abstraia, baby é seu segundo disco (foto: Dubas/Divulgação)


O cantor e compositor Luciano Salvador Bahia é baiano e soteropolitano até no nome, como se percebe. E já pode ser considerado um dos novos representantes da música popular brasileira. O artista está lançando pelo Selo Dubas seu segundo disco, Abstraia, baby, que apresenta uma safra de canções que vinha compondo desde o primeiro CD, de 2006. Nelas, Luciano conta com as parcerias da cantora paraense radicada em Salvador Cláudia Cunha, na faixa Nem venha, e outra com um amigo de infância, e do mineiro Fabiano Xavier em Maciota, além das participações de Eduardo Dussek, em Tango do mal, e Ava Rocha em Não precisa.

“Cláudia me deu a primeira parte de uma melodia, pediu para eu compor uma segunda e fazer uma letra direta, rápida, pois ela queria (nas palavras dela) ‘um hitzinho pop’ para seu CD”, conta Luciano. “Acabei fazendo um samba com uma letra imensa (Nem venha). Mas ela gostou e a música também já foi gravada pela cantora paraense Juliana Sinimbú.” E ele continua: “Quanto à parceria com Fabiano, já tinha a música Maciota pronta, mas algumas coisas na letra me incomodavam. Queria usar um verso que Fabiano havia escrito há muito tempo e acabei dando a letra para ele finalizar”.

Sobre as participações especiais de Dussek e Ava Rocha, elas foram escolhidas depois que o CD estava todo pronto. “Inclusive tive que regravar o Tango do mal, pois Dussek quis cantar um tom acima do que já estava gravado. Ele é um ídolo e eu sempre o achei genial. Ava eu conheci no Rio de Janeiro, na casa do Ronaldo Bastos, e a voz dela me impressionou de cara”, relembra Luciano.

Com uma pitada de samba, balada romântica, rock e até tango, o cantor diz que é difícil definir o estilo do seu álbum, mas acredita que faz MPB que flerta com o eletrônico. Para ele, a MPB sempre atirou para todos os cantos e isso mostra a força criativa do artista brasileiro. “Existem vertentes mais acústicas, mais rockeiras, mais experimentais, mas sem deixar que nada passe na frente da sua principal razão de existir: a canção brasileira”, avalia. “Faço canção brasileira. Se eu a decoro com ruídos, distorções, loops, levadas de blues ou tangos, interessa menos. O que está em jogo no meu trabalho é a canção. Reduza toda a ‘decoração’ e ela estará lá, no centro, de pé: o ‘ser-canção’.“

Criação

Luciano Salvador, que já ganhou o Troféu Caymmi como melhor compositor com a canção Queda, em 2004, explica que costuma compor música e letra juntas e que uma acaba puxando a outra. Ele acrescenta que o comportamento das pessoas tem sido o principal motivo de atenção das letras, enquanto a forte ligação com o samba e o blues tem dado as cartas.

“A música chamada ‘brega’ também me visitou recentemente, mas acredito que já tenha ido embora. É uma onda muito fácil quando feita ironicamente, e não gosto de me valer de algo fácil que dá um resultado rápido. Gosto de ter trabalho. Fico na música dias, meses, e mudo detalhes até na hora de gravar”, explica Luciano, que coleciona trabalhos em direção musical e produção de discos de artistas como Mariene de Castro e Marcia Castro.

Curiosamente o disco foi batizado de Abstraia, baby, que não se refere a nenhuma das faixas do álbum. “Essa expressão é de uma música que nunca ficou pronta, mas que um dia certamente vou terminar para um próximo CD, embora o nome tenha ficado nesse aqui. Vai ser bem confuso isso (risos). Mas a gente achava o título bacana, e que ele revelava um pouco do humor, pois tem esse personagem oculto, o baby, e as minhas canções são cheias de histórias e personagens. Ele tinha a cara do CD. Chamar as pessoas de baby também é uma coisa totalmente vintage, e o CD tem essa pegada Jovem Guarda, cheio de órgãos Hammond e guitarras com ‘tremolo’”, conclui.

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