Leila Pinheiro faz show que encerra projeto em reverência a Aldir Blanc

Cantora se apresenta neste sábado no CCBB, dentro do projeto 'Bom de se ouvir, bom de se Aldir'

por Ailton Magioli 06/06/2014 08:00

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Cristina Granato/Divulgação
(foto: Cristina Granato/Divulgação)
Leila Pinheiro viveu experiência sui generis, ao lado de músicos como Jorge Helder e Lula Galvão, quando aguardava, em estúdio, a festejada poesia de Aldir Blanc para as melodias de Guinga, também presente, que ela reuniu no disco 'Catavento e girassol', de 1996.

Atração de encerramento do projeto 'Bom de se ouvir, bom de se Aldir', a cantora paraense faz apresentação única neste sábado à noite, no Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na Praça da Liberdade, do show 'Nas trilhas do coração – A sensibilidade do letrista e escritor', em que destaca o romantismo na obra de Aldir.

Segundo Leila, na época do aclamado disco, os arranjos de Guinga nasciam e ela e os músicos ficavam supondo, intuindo o que viria nas letras de Aldir. O episódio, na verdade, era apenas uma oportunidade para mostrar à gravadora o que seria a hoje celebrada parceria de Guinga-Aldir Blanc.

Ainda em plena era do facsimile, a cada novo sinal do serviço, segundo lembra a cantora, era uma verdadeira explosão no estúdio. Todos viam realizadas suas expectativas em relação às futuras pérolas, como mostra a própria faixa-título do disco.

Quase duas décadas depois do episódio, a cantora paraense – uma das mais assíduas do repertório de Aldir, depois de Elis Regina, que mais o gravou – está de volta a esse repertório, que, no show, estende a outros melodistas, além de Guinga.

“Poucos como ele conseguem entender e colocar as palavras certas na melodia”, assegura Leila Pinheiro que, antes de 'Catavento e girassol' já tinha noção do “tamanho gigante” de Aldir Blanc na MPB. Além da parceria dele com Guinga, ela promete cantar dobradinhas de Aldir com João Bosco, Paulo César Pinheiro, Cristóvão Bastos, Roberto Menescal, Rosa Passos e Silvio da Silva Júnior, entre outros.

“Aldir é a matriz da moderna poesia brasileira”, diz, empolgada, a cantora que detecta no letrista e cronista carioca a ponte para todos os grandes poetas da música brasileira. “De alguma forma, todos passaram por ele”. Na opinião de Leila Pinheiro, mais que lido e cantado, Aldir Blanc deveria que ser estudado. “Ele tem uma visão original da vida”, elogia.

A cantora lembra, ainda que, como baterista que foi, Aldir Blanc tem rico conhecimento rítmico, o que acabou colaborando para fazer de sua obra, ao lado de inúmeros parceiros, algo sui generis. “É o que melhor escreve para Guinga. Assim como para Paulo César Pinheiro”, afirma Leila, lembrando que o letrista também tem conhecimento da métrica.

A primeira canção com poesia de Aldir que ela gravou foi 'Esconjuro', da parceria com Guinga, no disco 'Outras caras', de 1991. No mesmo álbum, registrou 'Feliz ano novo', da parceria com Roberto Menescal, e 'Noturna', com Paulo César Pinheiro, que vai cantar no show, sob o argumento de que está mais atual do que na época da gravação. “Aldir é um revolucionário. Só ele escreve como ele escreve”, conclui a intérprete e fã, admitindo que o letrista carioca é precursor de uma forma de fazer poesia. “Ele é muito ousado e destemido. É meio Augusto dos Campos. Vem de uma escola de poesia que é única”.

LEILA PINHEIRO & BANDANAS TRILHAS DO CORAÇÃO – A SENSIBILIDADE DO LETRISTA E ESCRITOR
Show sábado, às 19h. Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil, Praça da Liberdade, 450, Funcionários. Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Informações: (31) 3431-9400.

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