Warley Henrique lança o álbum 'Pra quem não me conhece' no Teatro Bradesco

Músico amplia referências e, além do samba, toca baião, rock e maracatu

por Walter Sebastião 03/06/2014 10:21

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Marcos Vieira/EM/D.A Press
Acompanhado de amigos, Warley Henrique se desdobra em todas as funções em seu novo CD, das composições aos arranjos (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Um músico especial está lançando o segundo disco: o cavaquinista Warley Henrique. O novo CD se chama 'Pra quem não me conhece' e vai ser lançado nesta terça, com show às 20h30 no Teatro Bradesco. O álbum vem depois de 'Delicado', de 2008, que reunia composições do músico, de Waldyr Azevedo, Paulinho da Viola, Jacó do Bandolim e Dona Ivone Lara – que participou do disco, assim como o baterista Wilson das Neves. O trabalho de estreia rendeu ao artista atenção da crítica, turnê pelo Brasil e indicação como melhor CD instrumental de Minas e ao Prêmio da Música Brasileira na categoria revelação.

“Chegou a hora de apresentar coisas novas”, afirma Warley Henrique. Ele até pensou em dar ao novo disco o título de 'Pra quem não me conhece e pra quem conhece'. “Mas ia ficar muito longo”, reconhece. O nome, conta, se refere ao fato de apostar na inovação, em “outra história artística” para o cavaquinho. Proposta distinta da apresentada no primeiro CD, marcado pela tradição e reverência aos mestres. “Fiz 30 anos e há 15 toco cavaquinho. Não sou mais adolescente, estou começando vida adulta, tudo isso traz outro olhar sobre as coisas e se reflete no que a gente faz”, conta.

“Fiz disco que tem rock, soul, samba, baião, passa por maracatu, congado, bossa nova e termina em jazz”, conta Warley Henrique. “Minha música sempre foi muito variada. Estou tornando isso evidente”, afirma. “Uso o cavaquinho para fazer música, não estou preso à história de um instrumento”, acrescenta. O músico revela que também compõe o violão. “Experimentando, a gente observa onde cabe o cavaquinho”, pondera. “Meu desejo é criar novos sons para o instrumento, trazendo o cavaquinho de cinco cordas, que é antigo, para a atualidade”, completa.

União Pra quem não me conhece traz 10 composições de Warley Henrique. Ele toca cavaquinho em todas as músicas, assina arranjos, direção musical e canta o samba Pensando na vida. Motivo de orgulho para ele é a participação de amigos e colegas que toparam mergulhar no projeto, realizado sem patrocínio. São eles: Aline Calixto, Sérgio Pererê, Thiago Delegado, Raquel Coutinho, Janaina Moreno, Marina Gomes, Brisa Marques, Raissa Anastácia, Lucas Viotti, Juventino Dias, Aluísio Horta, Rodrigo Carioca, Pablo de Souza, Rafael Leite, Amauri Aranha, Marcelinho Guerra e Flávio Henrique.

 “Fazer esse disco trouxe um sentimento de união forte entre nós”, conta Warley Henrique. “Somos de geração que tomou a decisão de fazer música, fazer arte, independentemente das dificuldades. Cada um tem seu estilo, vem de um segmento, mas a gente se encontra, toca e dá tudo certo”, encanta-se. É uma geração faz-tudo. Ou seja: compõe, canta, toca e faz arranjos.

“Ter gente de talento no disco traz gás, força, dá motivo para continuar fazendo música”, afirma Warley. A satisfação com a colaboração de tantos, não impede observação de que é preciso chegar à situação que permita pagar cachê a todos. “Música é a nossa gasolina, mas temos de sobreviver”, recorda. O instrumentista é direto ao falar sobre como sobrevive um jovem músico: “Jogando nas 11 posições. Chuta, defende e cabeceia”, garante. Warley toca em duas casas (A gosto de Deus e no Bolão). Acrescente-se shows, participação em festivais e gravações, fazer arranjos e, quando sobra tempo, dar aulas.

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