O Teatro Mágico traz show do CD 'Grão do corpo' a BH

Performance fala dos dramas e possibilidades da vida em uma metrópole

por Walter Sebastião 30/05/2014 08:55

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Martha Lange/Divulgação
Assinados por Marcelo Sommer, os figurinos do Teatro Mágico, antes alusivos ao circo, ganham estética pós-punk (foto: Martha Lange/Divulgação)
O grupo paulista Teatro Mágico faz show do CD 'Grão do corpo' amanhã, no Chevrolet Hall. O novo disco, com 10 faixas autorais, é assumidamente urbano. As referências musicais são o rock’n’roll e a disco club. O tema, como explica o vocalista Fernando Anitelli, é a dramaticidade do contexto metropolitano, soma de dramas e possibilidades. Não se trata, ele avisa, de espetáculo triste ou de olhar para o individualismo contemporâneo, mas de consciência de que o corpo é “um pequeno grão” que integra algo muito maior: a sociedade, o universo, o planeta Terra.


“A metrópole é louca, tem de tudo, para o bem e para o mal. Está tomada pela violência, tem gente passando fome ao lado de mansão e, ao mesmo tempo, oferece mistura de artes, encontro de realidades e culturas. 'Grão do corpo' fala desse caos, que é também criativo, em abordagem poética e carregada de esperança”, conta Fernando Anitelli. Exemplos dessa mirada, para ele, podem ser versos como “morrer de vontade de viver”, “quando a fé ruge, o coração dilata” ou “a vida anuncia que renuncia à morte”. Letras que, para o vocalista, mostram que é possível mudar o “momento sensível” vivido pelas cidades.

A imersão no universo metropolitano, conta Anitelli, trouxe mudanças de figurinos, agora assinados pelo estilista Marcelo Sommer (que responde pela direção criativa do show). Figurinos alusivos ao circo ganharam estética pós-punk, com coturnos, trajes rasgados. O som deixa o acústico por percussão, eletrônica e guitarras. “Se antes eram canções que podiam ser cantadas ao violão, em torno de fogueiras, agora, são batidas mais duras, sujas, mescla de timbres, sons, efeitos”, conta. As apresentações da banda continuam trabalhando ainda com iluminação e projeção de imagens.

O Teatro Mágico foi criado em 2003, interessado em trabalhar somando música, artes cênicas e literatura. É composto por 10 músicos e três artistas circenses, que se apresentam maquiados e com figurinos em alusão ao "personagem interno" escondido em cada pessoa. Já têm três álbuns: Entrada para raros, O segundo ato e A sociedade do espetáculo. O núcleo básico é formado por Fernando Anitelli, Andrea Barbour, Daniel Santiago, Sergio Carvalho, Ricardo Braga, Rafael dos Santos e Guilherme Ribeiro. O nome da banda veio do livro Lobo da estepe, do escritor alemão Hermann Hesse (1877-1962).

 A banda, explica Fernando Anitelli, atua como companhia de teatro: “Temos convidados, as pessoas mudam, cada trabalho desenvolve uma ideia”, exemplifica. Os trabalhos, continua, surgem a partir da música e vontade de tratar algum tema. Que, estabelecido, é apresentado a Andrea Barbour, bailarina, que cuida de desenvolver as performances que traduzem o que está sendo dito pelas canções. Só próximo das apresentações, às vezes no dia, eles somam todos os elementos. “O que é possível porque valorizamos o improviso e a espontaneidade na interpretação”, ele conta.

Teatro Mágico
Sábado, às 22h. Chevrolet Hall, Avenida Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi. Ingressos: Pista/Arquibancada: R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia). Classificação: 16 anos (14 e 15 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais).

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