Thiago Pethit é a atração desta sexta do Som Clube, com show de graça na Savassi

Cantor apresenta show dedicado às trilhas sonoras de filmes de David Lynch

por Ailton Magioli 02/05/2014 07:00

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Léo Lara/Divulgação
(foto: Léo Lara/Divulgação)
Thiago Pethit, de 29 anos, diz sentir-se um verdadeiro ET não só em relação à presença maciça das mulheres na cena musical brasileira, mas também em relação ao próprio mercado como um todo. Atração do projeto Som Clube, nesta sexta-feira, às 18h30, na Praça da Savassi, o cantor paulistano traz à capital mineira o show dedicado às trilhas sonoras de filmes de David Lynch, com direito à inclusão de uma ou duas canções de sua autoria, inspiradas no universo que classifica de surrealista, mitológico e fantasmagórico do cineasta norte-americano.


Ele também inclui Elvis Presley ('Love me tender', à base de voz e violão) e Tom Jobim ('Insensatez' que, mesmo cantada em inglês em filme de Lynch, ele opta por interpretar em português) no show que, até então, havia apresentado apenas duas vezes, uma em Ouro Preto (Festival Tudo é Jazz, também em praça pública) e São Paulo.

Acompanhado de banda formada por Pedro Pena (arranjos e guitarra), Camila Lorde (piano), Anderson Andrife (baixo), Leonardo Rosa (bateria), Eva Dialete e Tamires Soler (violinos) e Bruno Serrone (violoncelo), o cantor promete agitar a plateia com repertório de músicas “pesadas, animadas e rock’n’roll”, mas sem ignorar momentos mais intimistas.

A existência de tantas cantoras no Brasil é, na opinião de Thiago Pethit, produto de uma trajetória absolutamente machista do próprio país. Ele conta que a avó, que foi atriz nos anos 1950, teria sofrido preconceito na época em que as artistas, em geral, eram tratadas como “putas ou marginais”.

 “Já nos 1960, surgiu, com mais relevância, sob a ótica do macho, a Ternurinha, produto do olhar machista e misógino. Não era a grande voz que interessava, mas o corpo com voz feminina”, acrescenta. Como lembra o cantor, a seguir viria a época do “desbunde”, quando intérpretes como Elis Regina se tornariam musas, para as quais os compositores passariam a escrever.

“Isso só tem mudado com a minha geração, na qual cantoras como Céu e Tulipa Ruiz começaram a abrir novas possibilidades por meio do trabalho autoral”, detecta o cantor que, mesmo com performance focada em figuras dúbias e andróginas, dispensa as comparações com Ney Matogrosso, que alguns ainda insistem fazer.

THIAGO PETHIT E BANDA

Sexta-feira, 18h30, na Praça Diogo de Vasconcelos (Praça da Savassi). Entrada franca.

Na mesma praça

O projeto Som Clube, que estreou primeira temporada na semana passada, com show da cantora Alessandra Maestrini, na Savassi, prosseguirá no dia 9, no mesmo palco, com apresentação única de Marcelo Jeneci e banda. A proposta dos organizadores é apresentar ao público artistas da música popular contemporânea.
 

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