A oportunidade de conhecer outras vertentes do violão gaúcho é única. Em concerto hoje à noite, na Fundação de Educação Artística (FEA), Daniel Wolff promete mostrar a pluralidade do instrumento em sua região, onde, além daquela mais regionalista, tocada pelo virtuoso Yamandú Costa, por exemplo, há ritmos que, segundo o violonista gaúcho, vão do baião até os característicos do Pampa, normalmente trabalhados de maneira mais contemporânea.

Atração de abertura do Violão Intercâmbio, o concerto encerra a participação de Daniel no projeto, depois de ministrar aulas e oficinas no Atelier Dudude e na Escola de Música da UFMG. Primeiro doutor em violão do Brasil – ele concluiu doutorado nos Estados Unidos em 1998, quando sequer havia cursos do gênero por aqui –, Daniel Wolff ainda detém um Grammy Awards como arranjador, além de outras indicações ao cobiçado prêmio da indústria fonográfica norte-americana.

Com nove discos gravados, ele prepara para o mês que vem a estreia fonográfica no formato da canção, depois de vários registros instrumentais. Da música erudita à popular, ele circula com desenvoltura por ambas as áreas, como promete mostrar no concerto de hoje à noite. Além de composições instrumentais próprias e outras inspiradas em sinfonias de Beethoven, vai interpretar peças de Lorenzo Fernandes, Egberto Gismonti e Tom Jobim.

A incursão no formato da canção, segundo antecipa, vem sendo feita solitariamente ou em parcerias com poetas do Sul. Além de defender as próprias criações, Daniel convocou para a nova empreitada os cantores Ney Lisboa e Angela Jobim, entre outros. Durante a passagem por Belo Horizonte, ele aproveita para mostrar as novas vertentes da música gaúcha, revelando um Rio Grande do Sul ainda desconhecido de grande parte do público.

VIOLÃO INTERCÂMBIO
Hoje, às 20h30, na Fundação de Educação Artística (Rua Gonçalves Dias, 320, Funcionários). Ingressos a R$ 2. Informações: (31) 3226-6866.