Pau Brasil faz show de graça, hoje à noite, na Praça Floriano Peixoto

Grupo instrumental se apresenta no Santa Efigênia

por Eduardo Tristão Girão 25/04/2014 00:13

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Dani Gurgel/Divulgação
Em 22 anos de estrada, a Pau Brasil passou por mudanças, mas manteve o norte: música popular de qualidade (foto: Dani Gurgel/Divulgação)
É interessante ouvir as faixas de Pau Brasil e de ‘2005, respectivamente o primeiro e um dos mais recentes discos do grupo paulistano Pau Brasil, separados por 22 anos de bom serviços prestados à música instrumental nacional – incluídos na ótima coletânea Caixote. Mudaram timbres (os de teclado podem soar datados), estéticas de gravação (em registros antigos o grupo parece ter tocado numa caverna) e até integrantes (chegaram ter Marlui Miranda nos vocalises), mas uma característica foi mantida intacta: a devoção pela música brasileira. O grupo toca hoje à noite na Praça Floriano Peixoto e de graça.


“Em relação a outros grupos instrumentais brasileiros, o Pau Brasil segue trilha mais compromissada com um Brasil utópico, aquele imaginado por Villa-Lobos e os modernistas. Seguimos pela mesma via percorrida brilhantemente por Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti. O Brasil maravilhoso que sonhamos vale a pena e a música que a gente faz é o melhor exemplo disso. Por isso, Villa-Lobos é tão importante na nossa discografia”, analisa o violonista Paulo Bellinati.

Ele é um dos fundadores do grupo e deixou de participar de apenas dois dos oito álbuns lançados. Integra a formação atual desde 2005, ao lado de Rodolfo Stroeter (baixo; e único que nunca deixou o grupo), Nelson Ayres (piano), Teco Cardoso (saxofone e flauta) e Ricardo Mosca (baterista). Outros músicos de peso passaram pela banda, a exemplo de Nenê (bateria), Lelo Nazário (piano) e Zé Eduardo Nazário (bateria), ajudando a fazer do grupo a sólida referência que é, ao lado de Cama de Gato, Banda Black Rio e Azymuth.

“As mudanças de formações nunca foram radicais e sempre vieram devagar. Acho que a espinha dorsal do grupo é e sempre foi a ideia de fazer música instrumental brasileira de qualidade, deixando cada componente do grupo interferir com sua bagagem pessoal e artística. O Pau Brasil é o resultado dessa maneira de funcionar: todo mundo dá ideias e soma para o grupo ficar cada vez melhor e mais interessante”, afirma o violonista.

No repertório, composições autorais como Jongo (Paulo Bellinati) e Ciranda (Rodolfo Stroeter), além de clássicos da música brasileira, caso dos dois movimentos da Bachiana brasileira nº 5 (Villa-Lobos) e Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso). O trabalho da nova geração que continua fazendo da cena instrumental brasileira algo vibrante deve muito ao trabalho que o Pau Brasil desenvolve desde 1979. Todas as suas formações souberam assimilar regionalismos e influências estrangeiras para gerar novo som.

SÉRIE BH Instrumental
Show do grupo Pau Brasil. Hoje, às 20h, na Praça Floriano Peixoto, s/nº, Santa Efigênia. Informações: (31) 3222-5271. Entrada franca.


Só na abertura

A partir deste ano, a série BH Instrumental abre espaço para grupos de BH e Região Metropolitana. Mas como coadjuvantes. Mesmo com a rica e reconhecida tradição instrumental mineira, os grupos locais poderão se inscrever em edital que contempla apenas a participação como atrações de abertura dos shows. O regulamento está no site www.veredasproducoes.com.br.

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