“Em relação a outros grupos instrumentais brasileiros, o Pau Brasil segue trilha mais compromissada com um Brasil utópico, aquele imaginado por Villa-Lobos e os modernistas. Seguimos pela mesma via percorrida brilhantemente por Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti. O Brasil maravilhoso que sonhamos vale a pena e a música que a gente faz é o melhor exemplo disso. Por isso, Villa-Lobos é tão importante na nossa discografia”, analisa o violonista Paulo Bellinati.
“As mudanças de formações nunca foram radicais e sempre vieram devagar. Acho que a espinha dorsal do grupo é e sempre foi a ideia de fazer música instrumental brasileira de qualidade, deixando cada componente do grupo interferir com sua bagagem pessoal e artística. O Pau Brasil é o resultado dessa maneira de funcionar: todo mundo dá ideias e soma para o grupo ficar cada vez melhor e mais interessante”, afirma o violonista.
No repertório, composições autorais como Jongo (Paulo Bellinati) e Ciranda (Rodolfo Stroeter), além de clássicos da música brasileira, caso dos dois movimentos da Bachiana brasileira nº 5 (Villa-Lobos) e Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso). O trabalho da nova geração que continua fazendo da cena instrumental brasileira algo vibrante deve muito ao trabalho que o Pau Brasil desenvolve desde 1979. Todas as suas formações souberam assimilar regionalismos e influências estrangeiras para gerar novo som.
SÉRIE BH Instrumental
Show do grupo Pau Brasil. Hoje, às 20h, na Praça Floriano Peixoto, s/nº, Santa Efigênia. Informações: (31) 3222-5271. Entrada franca.
Só na abertura
A partir deste ano, a série BH Instrumental abre espaço para grupos de BH e Região Metropolitana. Mas como coadjuvantes. Mesmo com a rica e reconhecida tradição instrumental mineira, os grupos locais poderão se inscrever em edital que contempla apenas a participação como atrações de abertura dos shows. O regulamento está no site www.veredasproducoes.com.br.