Dia Nacional do Choro homenageia Waldir Silva e Waldir Azevedo em BH

Cine Theatro Brasil vai ser o palco das celebrações de amanhã

por Eduardo Tristão Girão 22/04/2014 08:55

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O Dia Nacional do Choro será comemorado Brasil afora amanhã, 23 de abril, data de nascimento de um dos maiores compositores do gênero, Pixinguinha. O autor de clássicos como 'Um a zero' e 'Carinhoso', certamente não ficaria enciumado com a homenagem que os chorões de Belo Horizonte prepararam para a data, quando farão concerto baseado nos repertórios de outros dois nomes importantes da cena, os “Waldires” Azevedo e Silva. Até porque os mais de 20 músicos que passarão pelo palco do Cine Theatro Brasil também tocarão músicas dele.


O carioca Waldir Azevedo (1923-1980) foi um dos grandes cavaquinistas brasileiros, tendo escrito o sucesso 'Brasileirinho', tema que eternamente remeterá a quase qualquer assunto ligado ao Brasil, além de outras composições bastante conhecidas, a exemplo de 'Delicado' e 'Pedacinho do céu'. Já o xará mineiro, Waldir Silva, nasceu em Bom Despacho e construiu sua carreira em Belo Horizonte, onde tocou praticamente até morrer, em setembro passado, aos 80 anos. Também fluente no bolero e no samba-canção, escreveu 'Telegrama musical', seu grande sucesso.


Batizado de 'Brasil chora Waldir', o espetáculo terá participação de sócios do Clube do Choro de Belo Horizonte e convidados, que tocarão músicas como 'Veludo', 'Uma saudade' e 'Duas lágrimas', de Silva, e 'Minhas mãos, meu cavaquinho', 'Eterna melodia' e 'Chiquita', de Azevedo – as conhecidas 'Delicado', 'Pedacinho do céu' e 'Brasileirinho', escritas pelo carioca, também estão confirmadas. De Pixinguinha, será interpretada 'Carinhoso' (com João de Barro). Os arranjos são de Geraldinho Alvarenga, com direção musical de Marcela Nunes e geral de Túlio Mourão.


O regional montado para a noite é integrado por Lucas Telles (violão de sete cordas), Carlos Walter (violão), Renato Muringa (cavaquinho), Hélio Pereira (bandolim) e Oszenclever Camargo (pandeiro), com os convidados Mozart (violão) e Zito (pandeiro). Seis cavaquinistas se revezarão no posto de solista, cada um a cargo de uma música: Ausier Vinícius, Dudu Braga, Luiz Guilherme, Lucas Ladeia, Renato Muringa e Zé Carlos.


Também participarão os cantores Babaya, Clélia dos Santos, Ivan Cunha, Lígia Jacques e Paulinho Pedra Azul, cada um responsável por interpretar uma canção diferente. O time de chorões é completado por instrumentistas de sopro que prepararam arranjos para 'Quatro cordas que choram' (Waldir Silva), 'Veludo' (Waldir Silva), 'Cavaquinho seresteiro' (Waldir Azevedo) e 'Choro pro Waldir' (Geraldinho Alvarenga). São eles: Marcela Nunes (flauta), Marcos Flávio (trombone), Marcelo Batista (trombone), Mário de Castro (clarinete) e Catherine Carignan (fagote).

Bolero
“Os dois compositores só tem coincidências”, define Jonas Cruz, presidente do Clube do Choro de Belo Horizonte. Para ele, foram dois grandes cavaquinistas, compositores e intérpretes, além de boas pessoas. “O Azevedo eu não conheci, mas li muito sobre ele. O Silva fundou o clube conosco e sempre deu muito força para os músicos que estão começando”, completa.
Cruz, que se lembra de ver Waldir tocando semanalmente até poucos meses antes de sua morte, acredita que o cavaquinista mineiro poderia ter alcançado prestígio ainda maior: “As composições dele não ficaram tão conhecidas porque ele tocava de tudo para viver. Para animar bailes, tocava mais outros gêneros do que o choro. Se não tivesse trilhado esse caminho, a obra dele seria muito maior do que é”.


Na avaliação dele, as músicas que o amigo escreveu são caracterizadas pelas emoções que despertam. “É uma música com muito sentimento. Ele não fez músicas tão alegres, a maioria foi escrita em tom menor”, observa. Algumas delas foram dedicadas a amigos músicos. Silva, que foi funcionário dos Correios, lançou quase 30 discos.

 

Brasil Chora Waldir
Show comemorativo do Dia Nacional do Choro. Amanhã, às 20h30, no Cine Theatro Brasil (Rua dos Carijós, 258, Praça Sete, Centro). Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada), à venda no local (a bilheteria fica na Avenida Amazonas, 315) e pelo site www.ingresso.com. Informações: (31) 3201-5211 e (31) 4003-2330.

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