Lollapalooza termina com problemas de segurança e lixo

Festival reuniu cerca de 150 mil pessoas em dois dias de shows no autódromo de Interlagos, em São Paulo

por Agência Brasil 07/04/2014 10:24

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
UNITED STATES - Tags: ENTERTAINMENT
(foto: UNITED STATES - Tags: ENTERTAINMENT)
Com público estimado em 60 mil pessoas, menor do que no primeiro dia (quando 90 mil estiveram no autódromo de Interlagos, de acordo com a organização), o segundo dia do Lollapalooza, neste domingo, 6, foi menos sacrificado para os fãs, que podiam circular entre os palcos sem tanto empurra-empurra. Os promotores do festival anunciaram que o autódromo continuará sendo a sede do festival. Isso exigirá um desenho de distribuição dos palcos mais inteligente, com passagens mais abertas, evitando as aglomerações perigosas. Também o serviço de limpeza deverá ocorrer concomitantemente ao festival, para evitar as montanhas de detritos.

Além disso, problemas com o som marcaram essa edição do festival. Ontem, por exemplo, o show do Soundgarden começou inaudível. Quem estava na pirambeira não ouvia nada. Quem estava próximo do palco ouvia um som abafado.

Quando Arcade Fire e New Order, dois headliners de peso que fecharam a noite de ontem, subiram em diferentes palcos no mesmo horário, muitos se questionavam sobre como o público se comportaria quando começassem os shows. Poucas pessoas mudaram de um palco para o outro. Parecia que os fãs já estavam em Interlagos bem decididos sobre o que ver. Quando a coincidência de horários foi anunciada, o público pediu para que a organização os alterasse, mas em vão.

Ao subir ao palco para encerrar a programação do Palco Interlagos, o New Order já havia derrubado a teoria dos que sustentam ser esta uma 'banda de tiozinhos'. Não foi o que se viu na plateia. Havia uma expectativa por sucessos, por um show generoso com o passado, sobretudo depois do bailão anos 80 que o grupo fez na edição do Lolla do Chile. E ela foi atendida. Singularity, Ceremony, Bizarre Love Triangle, Blue Monday.

Enquanto isso, ao som de Reflektor, o grupo Arcade Fire confirmou o que se esperava: fez o show mais robusto, inteligente, dançável e inquestionável do festival. Logo depois, emendaram Flashbulb Eyes, e a percussão mesclada à eletrônica e à instrumentação vintage, tudo ao mesmo tempo, criaram o clima definitivo. Logo em seguida, entram duas canções mais antigas, Neighborhood e Rebellion (Lies).

Win Butler tornou-se um frontman robusto, de voz poderosa, e sua parceria com Régine Chassagne (sua mulher, vocalista, tecladista baterista e o que mais vier em cena) é simbiótica. Tudo é encaixado perfeitamente, e mesmo que alguém não goste do som, deve admitir sua simetria perfeita. Nenhum show no festival chegou tão longe.

Entre as outras atrações do dia, Johnny Marr e os Pixies se saíram melhor que os colegas, embora Ellie Goulding tenha causado sensação com sua decisão de tirar a camisa e ficar só de sutiã, e o show dos Vampire Weekends tenha dado um toque de leveza na jornada escaldante.

Os Pixies parece que entraram com alguma raiva no palco. Dos três shows do grupo no Lollapalooza na América do Sul (Chile, Argentina e Brasil), foi o mais pauleira, o mais potente em termos de som (e também de resposta de público). Houve também mais ênfase no baixo de Paz Lechantin, a nova instrumentista argentina que substituiu Kim Deal.

A banda já abriu a toda, com Bone Machine. No início, pediam para os técnicos aumentarem o som de seus instrumentos, parecendo buscar impacto. O som não estava tão baixo. A plateia aparecia nos telões berrando com energia as letras dos hits, como Monkey Gone to Heaven, Where’s my Mind e Hey.

Já Johnny Marr trouxe ao festival a porção guitar hero que faltava. Convidou um ex-integrante dos Smiths, Andy Rourke e abriu com The Right Thing Right em estilo melódico, quase mínimo. “Essa canção é dedicada ao New Order”, disse Marr, antes de cantar a eletrônica Getting Away With It.Depois, ele veio com a incendiária I Fought the Law, do The Clash, e Bigmouth Strikes Again, How Soon is Now e There’s a Light That Never Goes Out.

Mais tarde, no mesmo palco, Chris Cornell surgiu à frente do Soundgarden para um dos shows mais esperados. Searching with my Good Eye Closed, The day I tried to live, Flower, Outshined e a nova Been Away Too Long.

MAIS SOBRE MÚSICA