Ratos de Porão relembram sucessos do álbum de estreia em show

Repertório de 'Crucificados pelo sistema' será tocado em apresentação no Studio Bar

por Mariana Peixoto 04/04/2014 06:00

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Rápido, sujo e quase incompreensível. Este é 'Crucificados pelo sistema', primeiro álbum do Ratos de Porão. Lançado em 1984, completa 30 anos com fôlego. Já teve várias edições – tanto nacionais quanto internacionais – e algumas músicas – 'Morrer', 'FMI', além da faixa-título – continuam no repertório três décadas depois. Para comemorar, João Gordo e Jão, os dois remanescentes da formação que gravou o disco, uniram-se a Mingau e Jabá, os dois músicos que completavam o Ratos na época, para alguns shows. São Paulo e Rio já viram 'Crucificados' na íntegra. Agora é a vez de BH. No domingo, o grupo toca no Studio Bar.


Trinta anos atrás, Jão não era guitarrista do Ratos e sim baterista. E Mingau, conhecido como baixista (toca hoje com o Ultraje a rigor), empunhava a guitarra. Para o show, os dois voltam para seus instrumentos originais, coisas que não faziam desde aquela época. “Tivemos que ensaiar porque só toquei bateria nesse disco. O mesmo vale para Mingau. Foi legal, pois assim conseguimos resgatar a sonoridade da época, até mesmo porque não evoluímos com aqueles instrumentos”, comenta Jão, que nem bateria tem mais.

Antes de 'Crucificados', o Ratos, que se formou em 1981 (João Gordo entrou em 1983, o vocal anterior era defendido pelo próprio Jão), tinha participado apenas de coletâneas. O álbum, além de ser o de estreia de um dos mais importantes e longevos grupos de punk rock brasileiros, foi o primeiro de uma banda do gênero da América Latina. Dezesseis faixas em pouco mais de 18 minutos de duração, gravadas em duas sessões de estúdio, num show que quase ninguém viu. “Foram meia dúzia de shows, nem teve o de lançamento. Com a repressão da época, ficava difícil”, relembra Jão. Um ano mais tarde, a formação do Ratos já mudou.

Para complementar o show deste domingo, o Ratos vai tocar faixas que têm a ver com esse repertório. Basicamente material da década de 1980, segundo Jão. “Lembro que quando a Punk Rock Discos fez a proposta de lançar um disco nosso, a empolgação foi grande. A gente ensaiava num barraco no fundo da casa do Mingau, era tudo meio espremido, e o disco acabou sendo marcante tanto para o punk quanto para o hardcore brasileiro. Só que a gente não tinha essa dimensão”, acrescenta o hoje guitarrista. O show de 'Crucificados' terá, a exemplo do que ocorreu em 1984, poucas edições, pois em junho o Ratos lança seu novo álbum, 'Século sinistro'.
   

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