Inglês Hugh Laurie mostra em BH sua paixão pela música norte-americana

Astro se apresenta nesta sexta-feira, no Chevrolet Hall

por Mariana Peixoto 21/03/2014 08:35

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Ele pode até querer fugir, mas não há como. Tanto que boa parte (para não dizer toda) da plateia que for esta noite ao Chevrolet Hall para o show de Hugh Laurie dedicou-se a assistir, pela TV, as desventuras do Dr. House. Desde 2012 longe do polêmico, narcisista e brilhante (em igual proporção) infectologista que comanda uma equipe especializada em diagnósticos complicados, o inglês tem feito o que mais gosta: tocar piano e guitarra e cantar blues. No espaço de dois anos, lançou dois álbuns, 'Let them talk' (2011) e 'Didn’t it rain' (2013), no qual declara sua devoção à música produzida nos Estados Unidos.

O sotaque britânico, deixado de lado durante oito anos em que viveu um dos mais impactantes personagens produzidos pela TV americana, também foi abandonado quando ele interpreta standards. Em apresentações ao vivo, Laurie já apresentou canções conhecidas de um público amplo, como ' Unchained my heart', 'It ain’t necessarily so' e 'Yeah, yeah'. Em disco, registrou temas de nomes como Dr. John e WC Handy. No palco, com uma banda com sete músicos, ele dá vazão à verve do ator. Há um momento em que, inclusive, encarna um garçom e distribui, entre o combo que o acompanha, doses de uísque. Caubói, como manda a tradição. Espera-se que o número se repita nesta noite.

A paixão pelo blues é antiga. Nascido em Oxford, descobriu Willie Dixon no início da adolescência, com a gravação de 'I can’t quit you baby'. Logo depois, chegou a Muddy Waters. Paralelamente, tinha aulas de música: aprendeu a tocar piano, guitarra, saxofone e gaita. Com a carreira como ator decolando na Inglaterra, levou sua verve musical para a série de humor 'A bit of Fry & Laurie' (1987/1995), em que dividia a cena com o ator Stephen Fry.

Em 'House', Laurie se dedicou a outros estilos. Nos bons dias do médico temperamental, ele tocou diferentes instrumentos. Houve episódios em que tocou uma guitarra Gibson, outros em que preferiu uma Les Paul. Como tinha um órgão Hammond em casa, chegou até a executar a introdução de ' Whiter shade of pale', do Procol Harum. Na vida real, gravou piano para álbum do Meat Loaf e formou, com atores de outras séries, banda de covers para shows beneficentes.

É sabido – e Laurie nunca fez questão de esconder – que ao final de 'House', em 2012, ele já estava extremamente cansado do personagem e do mundo de celebridades para onde o sucesso o levou. Nunca conseguiu, seja na Inglaterra ou nos EUA, na TV ou no cinema, personagem tão forte quanto aquele que lhe garantiu dois Globos de Ouro. Desde que terminou sua participação na série, tem tentado manter distância razoável do meio audiovisual. Longa-metragem, foi somente um até agora: 'Mister Pip' (2012), sobre um professor, o único homem branco de uma ilha na Papua Nova Guiné. Está em outro projeto em andamento, 'Tomorrowland', ficção científica prevista para 2015 e estrelada por George Clooney.

Tem consciência de que foi graças ao personagem que gravou seus dois discos de blues. Sobre isso, chegou a afirmar: “Quando as pessoas compram um ingresso, consigo entender, pois nele está o mesmo nome que viram na série de televisão. Essas pessoas pensam: ‘Bem, se nada mais acontecer, pelo menos vamos ver o cara da TV’.” É verdade, Laurie. Esse é o espírito de muita gente que vai esta noite ao Chevrolet Hall. Mas, espera-se – e ao ouvir os discos dá para se ter uma boa ideia do que será apresentado – que não seja somente isso.

HUGH LAURIE
Show nesta sexta-feira, às 22h. Chevrolet Hall, Avenida Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi, (31) 4003-5588. Ingressos: cadeira premium – R$ 450 e R$ 225 (meia); cadeira setor 1 – R$ 350 e R$ 175 (meia); cadeira setor 2 – R$ 250 e R$ 125 (meia); arquibancada – R$ 180 e R$ 90 (meia). 

MAIS SOBRE MÚSICA