Grupo de rock instrumental Constantina prepara show de lançamento do disco 'Pelicano'

Quinteto vai fazer apresentações em domicílio para levantar recursos para turnê europeia

por Eduardo Tristão Girão 21/03/2014 06:00

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Beto Novaes/EM/D.A Press
Beto Novaes/EM/D.A Press (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
A estratégia não é exatamente uma novidade, mas não deixa de ser curiosa: para ajudar a custear as despesas da turnê pela Europa, mês que vem, a banda belo-horizontina de rock instrumental Constantina vai, literalmente, passar o chapéu nas casas de 10 fãs que se inscreveram para receber um show no conforto dos seus lares e com amigos, a partir da próxima semana – cada um contribuirá com a quantia que desejar. E na véspera de embarcar, dia 16, o quinteto fará apresentação para lançar seu sexto disco, Pelicano, no Teatro de Bolso Júlio Mackenzie do Sesc Palladium, em BH.


“O projeto ‘Constantina na sua sala’ nasceu de uma vontade de renovar a experiência ao vivo. Sentimos certo desgaste no formato palco e público e foi a partir desse desgaste que encontramos a potência da proposta, estreitando, de fato, nossas relações com pessoas que acreditam na nossa arte. Sentimos que nosso público está aberto a esse tipo de ação e enxergamos que há uma possibilidade bela de intercâmbio. Sinto que nosso tour pela Europa terá uma boa energia por conta desses concertos. Essas trocas me dizem que estamos num caminho positivo”, avalia Daniel Nunes, baterista do grupo.

Ele, André Veloso (baixo), Alex Fernandino (guitarra), Bruno Nunes (guitarra) e GA Barulhista (percussão e eletrônicos) prepararam formato acústico paras as apresentações em domicílio. “Estamos rearranjando repertório dos 10 anos de trajetória da banda, um exercício de redescobrimento e de olhar para o futuro. A produção sai bem mais barata e sinto que podemos alcançar lugares que de forma tradicional não chegaríamos. Contemplamos propostas em BH e cidades próximas e há grande possibilidade de descentralizar a agenda de shows”, conta o baterista.

O giro pelo Velho Continente incluirá apresentações em Portugal, Suíça e País de Gales – neste último, a banda tem compromisso no palco do festival Focus Wales, entre 150 atrações de várias partes do mundo e estilos distintos. “O público do evento cresce a cada ano e, desde sua criação, já revelou alguns nomes da música brasileira contemporânea, como Baobá Stereo Club e M. Takara, confirmando-se como um importante instrumento para a divulgação da música mundial na Europa”, avalia. A viagem foi viabilizada pelo edital de intercâmbio do Programa Música Minas.

Não será a primeira vez do Constantina no exterior: a banda já excursionou duas vezes pelos Estados Unidos (em 2011 e 2012) e em ambas marcou presença num dos principais festivais do país, o SXSW. “Afastar da produção local nos dá novas perspectivas sobre como estamos caminhando por aqui”, diz. O balanço de uma década tocando juntos, continua Daniel, é “o mais positivo possível”. “Os constantinos sempre foram excelentes amigos, irmãos e parceiros.” Metas? “Se for para escolher uma pertinente, diria que é a de não sermos clichês de nós mesmos. Estar em movimento. Sempre”, responde Daniel.


INTERCÂMBIO
No próximo semestre, o Constantina lançará outro disco, para o qual os integrantes convidaram músicos que admiram. Os participantes farão releitura ou remixagem de algumas músicas do quinteto. Maurício Takara, Jovem Parelosi, Chris Scullion e Tchilli Rodriguez estão na lista. “Esse é um projeto que está caminhando de forma superpositiva e bonita. Intercâmbio é uma das coisas que mais nos alimentam e fazem com que continuemos acreditando”, adianta o baterista.

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