Planeta Brasil invade a esplanada do Mineirão com show do Guns N'Roses

Festival deve reunir até 25 mil pessoas neste sábado, em Belo Horizonte

por Mariana Peixoto 21/03/2014 06:00

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PATRICK GROSNER/Divulgação
(foto: PATRICK GROSNER/Divulgação)
Vinte e três anos separam a primeira vez que o Guns N’Roses veio ao Brasil da atual turnê, a sexta passagem da banda de Axl Rose pelo país. Naquele janeiro de 1991, o grupo, no auge, tocava no Maracanã como headliner da segunda edição do Rock in Rio. Sobre a apresentação, que marcaria a estreia de Dizzy Reed e Matt Sorum no grupo, Slash comentou em sua autobiografia, publicada em 2007. “Quando tocamos o refrão de 'Paradise city', pessoas mergulharam da fileira mais alta do estádio, dando a impressão que saltavam para a morte.” Cinco turnês e duas décadas mais tarde, a situação é completamente diferente. É chover no molhado relembrar toda a sorte de polêmicas que ronda Axl, hoje único remanescente da formação original. Mas é também dar nó em pingo d’água dizer que o grupo é apenas um fantasma do passado, pois o Guns carrega, ainda hoje, uma legião fidelíssima de fãs.


E são eles que devem comemorar a data nobre da passagem da banda por Belo Horizonte – houve uma estreia, em 2010, no Mineirinho. Será o único sábado da turnê, que começou ontem no Rio de Janeiro e segue nos próximos dias para Brasília, São Paulo, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Recado aos fãs mais afoitos: logo depois da apresentação no Rio, Axl tomou um jatinho para BH. Ou seja, já está na cidade para encabeçar a quinta edição do Planeta Brasil. O festival, que começou pequeno em 2009, só voltado para a música brasileira, dá sua maior cartada neste ano. A partir do meio-dia de amanhã (e até a meia-noite), vai promover uma série de shows em três palcos na Esplanada do Mineirão.

Entre os predicados do hoje corpulento Axl não está a pontualidade. O vocalista, que ganhou quilos no decorrer dos anos e perdeu muito dos agudos característicos, já protagonizou atrasos homéricos. Na mais recente passagem da banda em 2011, novamente no Rock in Rio, o Guns fechou o festival depois de uma hora e meia de atraso e debaixo de uma chuva torrencial. Espertamente, os organizadores do Planeta Brasil deixaram um espaço de algumas horas para a apresentação. Está prevista para começar às 20h20 – e pode seguir por até três horas. Como o evento no Mineirão tem que terminar à 0h, há um tempo hábil que Axl pode atrasar. Se não, tanto melhor.

Sem novidades no repertório – o disco mais recente, 'Chinese democracy', aquele que levou uma década para ficar pronto, é de 2008 – o Guns deve fazer o que os fãs esperam: tocar os velhos hits das décadas de 1980 e 1990, que fizeram boa parte da história do hard rock. 'Welcome to the jungle', 'Paradise city', 'Sweet child O’mine', 'You could be mine', 'November rain' e outras tantas. Não é a mesma coisa da época do estouro do grupo californiano. Mas é em nosso quintal.

Gringos e brasucas

O Guns N’Roses não é a única atração internacional no Planeta Brasil. Tem ainda B-Real, rapper do grupo Cypress Hill, um dos mais importantes grupos de hip-hop da década de 1990, e Sligthly Stoopid, grupo de San Diego, Califórnia, que mistura ska com hip-hop, dub e pop. As duas atrações gringas encabeçam o segundo palco do festival. O evento vai receber três shows no Palco Rock (Raimundos, Frejat e Guns) e outros, de diferentes estilos, no Palco Planeta (vai de Criolo a Natiruts, passando por B-Real e Slightly Stoopid, além de atrações locais, eleitas por meio de concurso). Outra novidade é o palco eletrônico, que leva o nome do Deputamadre, o clube da Floresta que está comemorando 11 anos. Para tal, vai reunir a nata da música eletrônica brasileira, nomes como Mau Mau, Renato Cohen, Anderson Noise e Marky, DJs que levaram a produção nacional para todo o mundo.

À exceção do Guns, todas as atrações deverão tocar, em média, por uma hora. A expectativa é que o festival receba 25 mil pessoas. “A partir do ano que vem, teremos mais um dia de festival”, anuncia Igor Campolina, da SW, produtora que realiza o evento. Até então, todas as edições do Planeta ocorreram no segundo semestre. A partir deste ano, será sempre no primeiro. “Dentro do rock cabe hoje muita coisa. Hip-hop, MPB, reggae. Já passaram (por outras edições) do Planeta nomes como Seu Jorge, Jorge Benjor. A ideia é sempre trazer atrações internacionais, não tão grandes quanto o Guns, mas que estão em construção, como o Sligthly Stoopid, com outras que já têm público, como o Criolo”, continua Campolina.

TRANSIÇÃO O rapper paulista ainda não lançou um álbum desde o arrasa-quarteirão 'Nó na orelha' (2001). Mas está com singles novos, 'Duas de cinco' e 'Coccix-ência'. “Mudamos o repertório, incluindo as duas do single e algumas do meu primeiro álbum. Também estamos experimentando novos arranjos. Tem sido bem interessante esta transição”, afirma Criolo, que se apresenta no início da tarde. Os Raimundos também vêm com novidades, o recém-lançado 'Cantigas de roda', primeiro álbum de inéditas em 12 anos.

Comemorando também os 20 anos do lançamento de seu trabalho de estreia, 'Raimundos' (1994), a banda, que da formação inicial só conta com Digão e Canisso, quer deixar os maus tempos que viveram na década passada (sem gravadora, sem equipe, quase sem shows) para trás. “Crescemos como músicos e como pessoas”, afirma Canisso, que admite que começar de novo depois de passar perrengue “dá um gás a mais”. O novo disco fala por si próprio: nas 12 faixas, há hardcore ('Rafael', 'Descendo na banguela'); punk rock ('Baculejo', claramente influenciada pelos Ramones, banda que também é referência na power balad 'Cera quente'); forró-core ('Gato da Rosinha', do cantor e sanfoneiro pernambucano Zenilton); dub ('Dubmundos'). Aquele humor desbocado, cheio de palavrões, alguma baixaria e certa misoginia, continuam ativos, apesar dos tempos politicamente corretos.


BOTECO  

A área de alimentação, com capacidade para 1,6 mil pessoas sentadas, está sendo chamada de Boteco do Planeta. O público terá à disposição várias opções de lanches: temakeria, sanduíche, açaí, pizza, espetinho, crepe, pão de queijo.

PLANETA BRASIL

Neste sábado, a partir das 12h, na Esplanada do Mineirão, Avenida Antônio Abrahão Caram, 1.001, Pampulha. Ingressos: Pista: R$ 280 e R$ 140 (meia); Camarote Planeta (open bar): R$ 540 e R$ 400 (meia); Camarote Secreto (open bar e open food): R$ 600 (preço único). Informações: (31) 2514-1531 e festivalplanetabrasil.com.br/2014

PROGRAMA

>> Palco Planeta


12h20: Chula Rock Band
13h10: Black Sonora e Preto Massa convidam Sideral
14h20: Criolo
15h45: B-Real of Cypress Hill
17h30: Slightly Stoopid
19h20: Natiruts

>> Palco Rock
16h40: Raimundos
18h20: Frejat
20h20: Guns N’Roses

>> Palco Deputa
12h à 0h - DJs Marky, Anderson Noise, Felguk, Robinho, Dirty Loud, Bad Boss, Gustavo Peluzo, Jota, Mau Mau, Renato Ratier, Renato Cohen e Filipe Skull

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