Babilak Bah faz show na Funarte para gravar o primeiro DVD

Apresentação acontece às 20h30, nesta sexta-feira

por Walter Sebastião 13/12/2013 06:00

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
André Fossati/divulgação
(foto: André Fossati/divulgação)
“Sou um artista do ruído”, avisa Babilak Bah, de 49 anos, às vésperas da gravação de seu primeiro DVD, marcada para esta sexta-feira, na Funarte MG. Ele não se refere apenas à música, ainda que sons sejam a sua matéria-prima, mas ao gosto por transgressões, atritos, diálogos entre linguagens e estéticas. O show desta noite traz material representativo de três décadas de pesquisas. Escritas entre 1980 e 2010, as peças foram agrupadas em quatro blocos: Birimboca, Ópera de sapos, Birimbacia; Caosmo, Homem boi, Tremdesumano e Vou me raoni; Biografia de homens inquietos, Urucu na cara, Jesus é brother de Xangô; e Moçambique. Essa última contará com a ilustre presença da Guarda de Congo e Moçambique 13 de maio, de dona Isabel – manifestação tradicional do Bairro Concórdia, em BH.


O repertório representa um percurso, explica Babilak. O ponto de partida são os ritmos e a cultura popular. Desdobramentos desses temas levaram à exploração do potencial sonoro de objetos como a enxada, quase símbolo do artista, e do corpo, além de estudos sobre música africana, indiana e do repertório erudito europeu. A viagem chegou à poesia experimental e aos livros.

No momento, Babilak flerta com a escultura e com instalações sonoras (ainda inéditas). A pesquisa de timbres busca identidade brasileira e universal, o que, de acordo com ele, extrapola conceitos. “Não são trabalhos fechados, mas obra aberta. Eles vão sendo definidos à medida em que vou fazendo os shows”, conta.

ANTROPOFAGIA
Babilak Bah nasceu em João Pessoa (PB) e mora em Belo Horizonte há 25 anos, depois de viver em São Luís (MA), Recife (PE) e Ouro Preto (MG). “De modo metafórico, minha arte revela quem sou. Faço antropofagia existencial e autobiográfica”, conta ele, dizendo-se “paraibeiro” – mistura de paraibano e mineiro. Fã da criatividade de emboladores de coco, repentistas e de grupos tradicionais de sua terra, ele é atento à poética sonora da música de várias culturas, além dos trabalhos de instrumentistas como Hermeto Paschoal, Egberto Gismonti e Naná Vasconcelos.

Babilak busca também novas formas de expressão e desconstrução do verso, praticadas por poetas ligados à arte de vanguarda e aos concretistas. O “paraibeiro” avisa: “Sou artista, e não teórico. As pesquisas me ajudam a compreender o que faço”.

Questões postas pela arte de Babilak, como signos, negritude, ancestralidade e contemporaneidade, dão a ele identidade artística e existencial. Vêm da fase “orquestra de enxadas” hits como Caosmos (tocada só com elas) e Vou me raoni, a música dele mais acessada na internet. O artista se apresentará com Thiago de Melo (baixo) Markus Kupertino (baterista), Johnny Herno (percussão) e Leonardo Brasilino (trombone). Seu filho, Almin de Oliveira, é o convidado especial.

O SOM AFROPROGRESSIVO DE BABILAK BAH
Nesta sexta-feira, às 20h30. Funarte MG, Rua Januária, 68, Floresta, (31)3568-1471. Entrada franca. Retirada de ingressos a partir das 19h.

MAIS SOBRE MÚSICA