Black Sabbath se despede do Brasil com show impecável em BH

Pais do heavy metal fizeram primeira apresentação na capital mineira com o trio da formação original composto por Ozzy Osbourne, Geezer Butler e Tony Iommi

por Lucas Rage 15/10/2013 19:46

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Maíra Cabral/EM/D.A Press
Ozzy Osbourne brindou os metaleiros com uma apresentação histórica na capital (foto: Maíra Cabral/EM/D.A Press)

Os camisas pretas tomaram conta da esplanada do Mineirão na noite de terça-feira, 15, para testemunhar um evento que vai entrar para a história dos mineiros fãs de heavy metal – a vinda do Black Sabbath a Belo Horizonte. Definida de última hora, a chegada de Tony Iommi, Geezer Butler e Ozzy Osbourne à capital das Minas Gerais veio salvar os metaleiros que não puderam acompanhar os shows do Sabbath em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro.

Além de um repertório cobrindo os 45 anos do Sabbath, a banda trouxe aos palcos mineiros o álbum '13', primeiro do trio desde 'Never say die!', de 1978. Para o delírio dos fãs, faixas como 'Age of reason' e 'God is dead?' interromperam o hiato de 35 anos do Sabbath liderado por Ozzy que – diga-se de passagem – continua digno de carregar consigo a alcunha de “O senhor das trevas”.

 

Veja mais fotos do show do Black Sabbath em BH

Os nostálgicos que sentiram falta de Bill Ward, baterista da formação original que ficou de fora tanto de '13' quanto da turnê do Sabbath, tiveram como consolo a excelente performance de Tommy Clufetos nas baquetas. O músico e parceiro de Ozzy em sua banda solo acompanha a energia do trio de metaleiros e repete a receita apresentada nas outras capitais, com batidas pesadas para cabeludo nenhum botar defeito.

 

Veja show de abertura do Megadeth

Responsável por abrir as apresentações do Sabbath no Brasil, Dave Mustaine e seu Megadeth não fizeram feio e, apesar do tempo curto, prepararam os batedores de cabeça para a pauleira que se seguiria com sucessos das décadas de 80 e 90 como ‘Hangar 18’, ‘Wake up the dead’ e ‘In my darkest hour’. Acompanhada por quatro telões de alta definição, a banda proporcionou um verdadeiro festim para os olhos, com animações customizadas para cada faixa. Para a infelicidade dos fãs, se fez valer a máxima de que, tudo o que é bom, dura pouco.

Para os insatisfeitos com a palinha – míseros 50 minutos – Mustaine deixou a promessa: “Esse foi nosso último show no Brasil, mas não serà nossa última passagem por aqui”, declarou o vocalista. Estava feito o aquecimento e, devidamente alongados, os camisas preta estavam prontos para a triunfal entrada de Ozzy, Tony e Geeze aos palcos.

 

Camisas pretas invadem a esplanada do Mineirão; veja as fotos!

Às 21h em ponto, a sirene de ‘War pigs’ anunciou a pontualidade britânica de Ozzy e companhia – que fizeram bonito e subiram no palco com quinze minutos de antecedência. O repertório também foi cravado e repetiu o setlist das apresentações das outras capitais, do início ao bis duplo, encerrado por ‘Children of the grave’ e ‘Paranoid’. Até o texto foi o mesmo, com a negociação entre Ozzy e seus fãs – “Vamos tocar uma só, mas se vocês forem extra loucos, tocaremos mais!” gritou o roqueiro, seguindo o roteiro à risca.

Veja performance de 'War pigs' em BH



Roteiro este que não arrefeceu a antecipação dos fãs, que gritavam o nome do Sabbath e seus integrantes ao início de cada música. Nos palcos, o entusiasmo da plateia era respondido na mesma moeda por Tony, Geezer e Ozzy – claro, cada qual à sua maneira. O guitarrista e baixista mostravam seus talentos em solos impecáveis, Ozzy dava seus tradicionais pulinhos, gargalhava e, apesar de nunca se afastar muito do pedestal, corria pelo palco. Aos 64 anos, o Senhor das Trevas mostrou que ainda tem muita energia para gastar e, apesar de mais sóbrio, não abandonou o jeitão malucão dos primórdios do Sabbath.

Animado, Ozzy interagiu com a plateia durante todo o show, usando e abusando do vocabulário roqueiro que o fez tão famoso. "I cant fuckin hear you" gritou o vocalista, logo nos acordes iniciais de uma das primeiras músicas do grupo e o verdadeiro hino do Heavy Metal - ‘Black Sabbath’. Foi aí que Ozzy mostrou a potência que ainda carrega na voz. A tradicional risadinha ecoou cristalina pela esplanada, e fez a galera pirar.

Entre ‘War pigs’, ‘Snowblind’, ‘Iron man’ e ‘N.I.B’, foram dezesseis petardos e uma verdadeira lição sobre a história do metal pesado – das mãos de ninguém menos que três de seus mais célebres fundadores.

Já nas últimas canções, Ozzy ousou tentar os fãs mineiros com a perspectiva de mais shows no futuro. "Vocês estão se divertindo? Deviamos voltar uma outra vez para outro show?" brinca o vocalista, nos primeiros acordes de ‘Dirty women’. Como um retorno do Sabbath ao Brasil é improvável, resta aos fãs sonhar com a promessa e carregar consigo as duas horas do 15 de outubro - quando o Senhor das Trevas, Tommy Iommi e Geezer Butler fizeram da esplanada do Mineirão o templo do Metal.

Confira as faixas do show do Black Sabbath em BH:

War pigs
Into the void
Under the sun
Snowblind
Age of Reason
Black Sabbath
Behind the wall of sleep
N.I.B
End of the beginning
Fairies wear boots
Rat salad / Solo de bateria
Iron man
God is dead?
Dirty women

Bis:

Children of the grave
Paranoid

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