Com 15 anos de formação, Móveis Coloniais de Acaju lança terceiro disco

O grupo brasiliense tem influências que migram do indie rock à mpb

por Mariana Peixoto 24/09/2013 08:20

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DIEGO BRESANI/DIVULGAÇÃO
A banda Móveis Coloniais de Acaju completou 15 anos de estrada (foto: DIEGO BRESANI/DIVULGAÇÃO)
Montar uma banda é fácil; permanecer com ela é outra história. É de certa maneira admirável que o combo brasiliense Móveis Coloniais de Acaju continue junto 15 anos depois da formação. Afinal, são 10 cabeças pensantes (nove músicos e um produtor) que se uniram para forjar um som que traz referências tão múltiplas quanto o são seus integrantes. Há indie rock, soul, ska, pós-punk, música brasileira. Ao longo desse tempo, dois álbuns – 'Idem' (2005) e 'C_mpl_te' (2008)  – e shows explosivos – é no palco que o Móveis têm seus melhores momentos –, o grupo se firmou num cenário cada vez mais volúvel.

'De lá até aqui', seu terceiro álbum, é um espelho disso. Novamente sob o comando do produtor Carlos Eduardo Miranda, o grupo não busca reinventar a roda. Assinando em conjunto as 14 faixas, produziu um álbum com quase uma hora de duração (o que é muito para os parcos padrões atuais). Nas canções, reafirma uma sonoridade que, mesmo flertando com diferentes gêneros, fica entre o pop e o indie-rock. Há algumas com vocação para hino, ainda mais num cenário carente de bandas que causem grandes comoções.

Vejo em teu olhar tem refrão épico – “O sol nasce em plena noite escura/ tinge o quarto de outra cor/ seu calor provoca a minha cura/ luz da aurora/ meu amor” –, daqueles que vão funcionar perfeitamente no palco; 'Sem fim' é uma canção amorosa, com levada quase preguiçosa e um leve acento de blues; 'Saionara' é puro dance-rock, como dita a cartilha atual, e com uma letra bem sacada; 'Não chora' é um dos raros momentos mais intimistas, balada que enfatiza o vozeirão poderoso de André Gonzales; a solar Longe é um lugar enfatiza os metais, resultando numa das faixas mais funkeadas do álbum. Por fim, 'Amanhã acorda cedo' se aproxima do Los Hermanos da fase 'Venturas', banda que de certa forma tem nos brasilienses um de seus maiores herdeiros.

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