Cantora Wanda Sá traz o melhor da bossa ao projeto Salve, rainhas

Programação neste fim de semana inclui ainda apresentação do Quarteto em Cy. Projeto se dedica a vozes femininas marcantes na MPB

por Walter Sebastião 16/08/2013 00:13

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André Wanderley/divulgação
(foto: André Wanderley/divulgação)
Dama da bossa nova, Wanda Sá é a convidada deste sábado do projeto Salve, rainhas. No repertório do show estão músicas de um padrinho ilustríssimo: Tom Jobim. E também parcerias dele com Vinicius de Moraes, além dos clássicos Desafinado, Samba de uma nota só e Água de beber.

Detalhe: Wanda ganhou do amigo Tom a então inédita Inútil paisagem. Outro presente: Vagamente, a parceria de Roberto Menescal e Ronaldo Boscoli que batizou o álbum Wanda vagamente. Esse famoso disco dela completará 50 anos em 2014.

Paulista, ela fez carreira no Rio de Janeiro a partir dos anos 1960. Foi a primeira cantora do grupo Brasil 65, de Sérgio Mendes, quando ele se mudou para os Estados Unidos. Além de gravar discos importantes, Wanda guarda muitas histórias da bossa nova e da MPB.

“Tudo na música de Tom Jobim é maravilhoso. Tem construção sólida, harmonia e melodia sofisticadas e simples, por incrível que pareça. Ao tocar, Tom criava introduções e ‘meios’ que acabaram incorporados às canções”, explica.

Ela tem saudades do amigo generoso, que gostava de ensinar. “Tom dizia: ‘Edu (Lobo), toca uma música aí’. Depois, mudava algumas coisas. E Edu: ‘Mas não é isso’. Tom observava: ‘Pensei que fosse assim’. Ele corrigia sem parecer que estava corrigindo”, relembra Wanda, que foi casada com Edu Lobo por muitos anos.

A casa de Jobim ficava em frente à de Marcos Valle, no Leblon, frequentada por jovens músicos nos anos 60. “A certa hora, Tom piscava a luz três vezes. Era o sinal de que poderíamos ir para lá, porque os filhos já estavam dormindo”, relembra. Wanda diz que o autor de Águas de março era quase um irmão mais velho para ela.

O compositor e produtor Roberto Menescal é outra presença marcante na trajetória da artista. “Ele tem alma jovem, faz disco com todo mundo, lança cantoras. Apesar de ser muito requisitado, ouve tudo que recebe e faz comentários”, supreende-se. “Quanto mais conheço as pessoas, mais admiro o Menescal. É o homem mais ético e digno que já conheci”.

Wanda conta que a bossa nova surgiu sem premeditação, ao contrário de movimentos como o tropicalismo, que foi pensado e planejado. “A bossa durou mais do que imaginávamos. Hoje, está no lugar dela: é clássica”, afirma essa fã de Nara Leão e de Sylvinha Telles. Wanda gostava – e continua gostando – de canções norte-americanas. “Julie London será sempre a minha grande musa”, conclui.

Quarteto em Cy
Lívio Campos/divulgação
(foto: Lívio Campos/divulgação)

Domingo à noite, o projeto Salve, rainhas – dedicado a vozes femininas que marcaram a música popular brasileira – traz a BH o Quarteto em Cy, formado por Cyva, Cynara, Cybele e Sonya. O grupo vocal feminino mais conhecido do país prepara a festa de seus 50 anos, que serão completados em 2014. O primeiro disco saiu em 1964. A partir dele, as baianas acompanharam craques da MPB, como Vinicius de Moraes, Baden Powell e Carlos Lyra, gravando também clássicos do cancioneiro nacional.

SALVE, RAINHAS

• Wanda Sá. Sábado, às 19h.
• Quarteto em Cy. Domingo, às 19h.
Funarte MG, Rua Januária, 68, Floresta, (31)3213-3084. Ingressos: R$ 5 (inteira) e R$ 2,50 (meia), à venda a partir das 18h. Lotação: 140 lugares.

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