Foi um tanto incômoda a visão do Grande Teatro do Sesc Palladium praticamente vazio, na quinta-feira à noite. Não mais do que 200 lugares (de 1.321) foram ocupados para conferir a única apresentação em Belo Horizonte de três nomes de peso da composição brasileira: os baianos Capinan e Roberto Mendes e o carioca Jards Macalé. Apesar do bom som e do conforto, o espaço sem dúvida não foi o melhor para a proposta do espetáculo, intitulado 'Conta, poeta'.
Diante da plateia, Macalé diz não ser tropicalista e Capinan afirma que quase não é. Os dois riem e se lembram de como a canção 'Gotham City' marca o início da influência do pop e do rock na produção deles. “Nossa parceria sinaliza momento em que se encerra uma fase do meu trabalho, com Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Edu Lobo. Acreditava que a palavra poderia mudar o mundo e, nesse momento, houve uma perda de confiança nisso. Encerro essa fase com 'Movimento dos barcos'”, explica Capinan.
Recôncavo Macalé deixa o palco na segunda metade, abrindo caminho para Roberto Mendes, que chegou acompanhado por banda praticamente familiar, formada por dois filhos, um sobrinho e um quarto músico “que é como filho” para ele. Enquanto o primeiro convidado mergulhou num universo intimista, urbano e um tanto underground, o segundo trouxe composições mais solares e vibrantes, com grande influência africana.
Das parcerias com Capinan, Mendes cantou composições como 'Yáyá Massemba', 'Demanda' e 'Beira-mar'. O convidado disse que está voltando a ser católico, pois está “apaixonado pelo papa”, e resolveu homenagear outro de seus mais frequentes parceiros musicais, o conterrâneo Jorge Portugal, com 'Canarinho da Alemanha', domínio público que gravou em disco e representa parte de sua importante pesquisa sobre a música do Recôncavo Baiano – e na qual a cantora Maria Bethânia está sempre interessada.
Capinan deixa para juntar Macalé e Mendes ao final, e apenas numa música, 'Viramundo', escrita com Gilberto Gil e incluída no disco de estreia dele, 'Louvação' (1967). Uma versão um pouco desajeitada, com Capinan e Mendes dividindo o microfone (prejudicando a escuta da letra) e Macalé preferindo se recolher ao violão. Um final que não fez jus à relevância do que ali foi dito e cantado, e reforça a necessidade de se encontrar espaço mais adequado para as já programadas reedições do espetáculo em outras cidades.
Não foi um show qualquer. Aliás, não foi exatamente um show. Centro das atenções, Capinan, que não é frontman (mas poeta e letrista), não se preocupou em cantar com os dois convidados, dos quais é parceiro. Recostado na cadeira, observou “de camarote” o desfile de canções que coleciona com ambos e entremeou as duas horas do espetáculo com histórias sobre as composições. Por esse motivo, teria sido melhor atmosfera mais intimista.
Diante da plateia, Macalé diz não ser tropicalista e Capinan afirma que quase não é. Os dois riem e se lembram de como a canção 'Gotham City' marca o início da influência do pop e do rock na produção deles. “Nossa parceria sinaliza momento em que se encerra uma fase do meu trabalho, com Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Edu Lobo. Acreditava que a palavra poderia mudar o mundo e, nesse momento, houve uma perda de confiança nisso. Encerro essa fase com 'Movimento dos barcos'”, explica Capinan.
Recôncavo Macalé deixa o palco na segunda metade, abrindo caminho para Roberto Mendes, que chegou acompanhado por banda praticamente familiar, formada por dois filhos, um sobrinho e um quarto músico “que é como filho” para ele. Enquanto o primeiro convidado mergulhou num universo intimista, urbano e um tanto underground, o segundo trouxe composições mais solares e vibrantes, com grande influência africana.
Das parcerias com Capinan, Mendes cantou composições como 'Yáyá Massemba', 'Demanda' e 'Beira-mar'. O convidado disse que está voltando a ser católico, pois está “apaixonado pelo papa”, e resolveu homenagear outro de seus mais frequentes parceiros musicais, o conterrâneo Jorge Portugal, com 'Canarinho da Alemanha', domínio público que gravou em disco e representa parte de sua importante pesquisa sobre a música do Recôncavo Baiano – e na qual a cantora Maria Bethânia está sempre interessada.
Capinan deixa para juntar Macalé e Mendes ao final, e apenas numa música, 'Viramundo', escrita com Gilberto Gil e incluída no disco de estreia dele, 'Louvação' (1967). Uma versão um pouco desajeitada, com Capinan e Mendes dividindo o microfone (prejudicando a escuta da letra) e Macalé preferindo se recolher ao violão. Um final que não fez jus à relevância do que ali foi dito e cantado, e reforça a necessidade de se encontrar espaço mais adequado para as já programadas reedições do espetáculo em outras cidades.