Arnaldo Brandão faz show em clima intimista no Bhar Savassi

Cantor é responsável por ícones do pop rock brasileiro como 'Totalmente demais'

por Walter Sebastião 09/08/2013 06:00

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Marcos Bonisson/Divulgação
%u201CGosto de levar um som. Para mim, tanto faz se a apresentação é com banda ou solo%u201D (foto: Marcos Bonisson/Divulgação)
“Público não gosta de música nova. Então, vou tocar meus sucessos 'Totalmente demais', 'Radio blá' e 'O tempo não pára'”. A promessa é do cantor e compositor Arnaldo Brandão, autor de inspirados ícones sonoros do pop rock brasileiro. Amanhã, ele apresentará seu primeiro show no formato voz e violão em Belo Horizonte.


Arnaldo aceitará pedidos do público. E avisa: adora quando as pessoas cantam com ele. Como já é de casa por aqui, vai mostrar duas canções de seu disco mais recente, 'Ammnésia programada: Assistindo TV' e 'Dinheiro'. Promete até uma inédita: 'O idiota' – contra instituições que infantilizam as pessoas. Canção política? “Até 'Totalmente demais' era música política”, responde, referindo-se ao sucesso gravado por Caetano Veloso.

Não é fácil fazer um show só de voz e violão. “Isso exige concentração, a letra sobressai mais, baixo um tom ao cantar. Como o clima é intimista, mesmo ficando tímido, a comunicação acaba sendo mais coração do que estômago”, acredita Arnaldo. “Gosto de levar um som. Para mim, tanto faz se a apresentação é com banda ou solo”, observa.

Arnaldo evita definir sua música, diz que isso cabe à crítica. Mas conta como é o seu temperamento, que acaba se refletindo nas canções. “Racionalmente, sou mais pessimista, mas emocionalmente otimista. A humanidade não está vivendo um bom momento, mas amo a vida e o planeta”.

Referência para a música de Arnaldo é o amigo Caetano Veloso, com quem já tocou. “Pela poesia, inteligência e por estar sempre criando coisas novas”, explica. E Jorge Benjor, pela espontaneidade e ritmo. Vem da adolescência a admiração do compositor pelos Beatles e pelos Rolling Stones.

Arnaldo começou como compositor no grupo A Bolha; tocou com Raul Seixas; juntou-se à Outra Banda da Terra (de Caetano) – é dele riff de baixo em 'Odara'. Também fez parte da Banda do Zé Pretinho (de Jorge Benjor). Líder do Hanói Hanói, seguiu carreira como baixista ao lado de astros do pop e da MPB. Nos últimos 10 anos, ele se dedica à guitarra, mas toca violão e piano. “Isso já me satisfaz, mas adoraria tocar saxofone”, brinca.

Vida de compositor de pop rock brasileiro é matar um leão por dia. Na época da inflação, ele recebia seis meses depois de sua canção ser executada. O ofício rendia pouco. “Hoje, com a economia estabilizada, dá para ganhar um bom dinheiro de direitos autorais, por execução nas rádios, e com os shows”, conta.

Arnaldo não tem acompanhado a polêmica sobre a nova lei dos direitos autorais, que “rachou” a classe artística. “Quanto mais leio, menos entendo”, afirma. Entretanto, ele teme a ingerência do Estado nessa questão. “Estatal no Brasil não dá certo”, afirma.


VOZ E VIOLÃO

Show de Arnaldo Brandão. Sábado, às 22h. Bhar Savassi, Rua Sergipe, 1.211, Savassi. Couvert: R$ 15. Reservas: (31)3082-9232 e 3582-3999.

MAIS SOBRE MÚSICA