Irene Bertachini investe em formato autoral para CD de estreia e reforça nova geração da música belo-horizontina

Cantora e compositora se destaca no cenário contemporâneo da capital graças a novas sonoridades

por Ailton Magioli 19/07/2013 00:13

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Ceres Canedo/Divulgação
Artista já passou por formações de grupos importantes de Belo Horizonte (foto: Ceres Canedo/Divulgação)
Aos 26 anos, ela personifica a nova geração de artistas mineiros, com intensa participação na cena musical. Atração do Savassi Festival, Irene Bertachini faz show na noite desta sexta-feira, 19, na Sala Sérgio Magnani da Fundação de Educação Artística, e aproveita para exibir a porção autoral presente em 'Irene preta, Irene boa', seu recém-lançado disco de estreia.

Acompanhada de banda formada por Edson Fernando (bateria, marimba e percussão), Rodrigo Lana (piano), Natália Mitre (marimba, percussão e vibrafone), Leandro César (violão) e Tiago Buiu (contrabaixo acústico e elétrico), Irene apresenta a mistura que faz de sua música algo para lá de atraente. Tal sonoridade é atribuída, principalmente, à presença dos parceiros Leandro César (discípulo do mago Marco Antônio Guimarães, do Uakti, na construção de instrumentos) e Felipe José (arranjos). A artista diz que os dois levam sua criação a lugares inimagináveis para ela.

 

Ouça a faixa 'Para seu amor, Rosa':

 


O “ar musical”, que Irene gosta de chamar de peculiar, faz dela artista diferente no inflacionado mercado de cantoras, ainda que o timbre (agudo) não contribua para, a essa altura, trazer diferencial. Assumidamente influenciada por Titane, que, por sua vez, bebeu na célebre Vanguarda Paulistana, provavelmente Irene tenha encontrado guarita para seu canto na formação familiar. O pai paulista e a mãe espanhola, violonista, “aplicaram” a filha em Caetano Veloso e Gilberto Gil, entre outros autores.

ANA
Do canto coral a participações nos grupos Rosa dos Ventos (de Titane) e Urucum na Cara, Irene Bertachini herdou a formação que passa por teatro, dança e canto até chegar à composição. Para se ter uma ideia da importância do trabalho da menina na cena mineira, vale lembrar: partiu dela a ideia de criar a Mostra Nua de Autoras (ANA), realizada pelo coletivo homônimo que a compositora integra ao lado de jovens colegas como Deth Mussolini, Michelle Andreazzi, Luiza Brina e Leopoldina.

“Por longos anos, o universo da criação musical foi exclusividade dos homens, o que acabou nos levando para a interpretação”, diz Irene, citando a pioneira Chiquinha Gonzaga (1847 – 1935), Dolores Duran (1930 –1959) e, mais recentemente, Sueli Costa e Fátima Guedes, ambas em plena atividade.

“Sente perto a imensidão/ Há uma vida inteira pra se procurar/ Um mundo inteiro e a sorte pra encontrar/ Noutro lugar deve estar”, canta Irene em Aos pés do mar, uma das faixas de sua autoria com versos inspirados de Leandro César. Essa canção tem divulgado o disco de estreia da moça no rádio. Vale a pena prestar atenção em Irene (“preta, boa”) Bertachini.

IRENE BERTACHINI E BANDA

Sexta-feira, 19 de julho, às 20h. Sala Sérgio Magnani da Fundação de Educação Artística, Rua Gonçalves Dias, 320, Funcionários. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). Informações: (31) 3245-1744.

 

Assista o vídeo da faixa 'Licença':

 

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