Cantor e violonista Dudu Nicácio faz show de apresentação do disco Pra cidade cantar

Sambista se apresenta na Casa UNA com entrada franca

por Ailton Magioli 21/10/2011 07:00

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Marco Aurélio Prates/Divulgação
(foto: Marco Aurélio Prates/Divulgação )


O alinhamento de música, cidadania e direito na tese de mestrado, defendida na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dá uma ideia das intenções do rapaz. “Pesquisei trechos da canção popular para avaliar a condição de vida precária em que vivemos”, relata Dudu Nicácio, de 32 anos, sambista e advogado, que propõe teoria de Justiça sensível à precariedade em que os brasileiros sobrevivem.

Cantor, compositor e instrumentista, ele voltará ao estúdio para gravar aquele que será seu primeiro disco solo, Pra cidade cantar (título provisório), depois de dividir CDs com a cantora Leopoldina e com o sambista carioca Rodrigo Braga. Antes, Dudu aproveita para testar o repertório inédito em show único, hoje à noite, na Casa UNA. Acompanhado de Rafael Martini (piano e sanfona) e Ricardinho Acácio (percuteria), o cantor e violonista apresentará parcerias com Fabinho do Terreiro, Rodrigo Braga, Vander Lee e criações 100% autorais, além de Lira para viagem, com Camila Nicácio (que Titane já gravou), e Bacuri, registrada em disco pelo parceiro Mestre Jonas.

Comemorando uma década de carreira, Dudu Nicácio traz consigo a marca da renovação, depois de liderar, ao lado do poeta e músico Makely Ka, a coordenação do projeto Reciclo, que revelou à capital, no palco da casa homônima de shows, a geração de artistas que hoje predomina na cena musical belo-horizontina. “Na época, fiz meu primeiro show autoral ao lado de Titane, Leopoldina e Makely Ka”, recorda, salientando o fato de, ao lado do poeta, também ter produzido e coordenado o evento.

Obra social
Artista e advogado militante, que raramente dá trégua às causas sociais, além do Reciclo ele criou e ajudou a criar uma série de projetos musicais. Da lista constam Do morro ao asfalto (no quinto ano de atividade), Choro livre (no terceiro ano, prestes a lançar coletânea), Bloco da Cidade (criado junto da escola de samba Cidade Jardim, com nova edição agendada para 6 de novembro), Mostra Nova Música Instrumental Mineira (realizada em parques, paralelamente a piqueniques) e o Samba da Madrugada (que está de volta ao Sobradão da Seresta, de Santa Tereza, no qual ele já não atua). Desde 1995, o advogado Dudu Nicácio atua no programa Pólos de cidadania, da faculdade de direito da UFMG, para o qual presta atendimento. Trata-se de programa referência de pesquisa e extensão universitária, do qual ele também é um dos coordenadores. É ainda diretor da agência cultural Ultrapássaro e coordena o Fórum Mineiro de Direitos Humanos.

Fundo do bolso
O mote do disco e do show, avisa Dudu Nicácio, será o samba. “Em uma ou outra faixa, ele vira afoxé, pé de serra, mas se junta ao maxixe e acaba voltando o samba”, explica o cantor, que já vem testando algumas das composições em apresentações. Encerrando o que classifica de “curadoria” do disco – 20 novas criações foram encaminhadas a amigos, que, além de opinar, escolheram as preferidas – ele anuncia a entrada em estúdio para 7 de novembro.

Para a produção e arranjos, Dudu Nicácio convidou dois amigos e parceiros (Rodrigo Braga e Rafael Martini), entre os quais dividiu (meio a meio) as 12 faixas que gravará. A exemplo das duas incursões fonográficas anteriores – Leopoldina e Dudu Nicácio, de 2005, e Dois do samba, com Rodrigo Braga – o projeto será integralmente bancado pelo próprio artista por meio do que ele mesmo classifica de “fundo do bolso”. Iniciativa rara em tempos nos quais para se fazer cultura no Brasil é preciso recorrer às leis de incentivo.

DUDU NICÁCIO
Show hoje, às 20h30, na Casa UNA, Rua Aimorés, 1.451, Lourdes. Entrada franca (retirada dos convites uma hora antes da apresentação). Informações: (31) 3235-7314.

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