Ana Cañas lança o segundo disco solo Hein?

Cantora paulistana mostra uma pegada roqueira, bem distante da faceta MPB revelada em seu trabalho de estreia

22/07/2009 11:34

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Christian Gaul/Divulgação
Ana Canãs começa a turnê em 27 de agosto, no Canecão, no Rio de Janeiro (foto: Christian Gaul/Divulgação)
No país das cantoras, andava fazendo falta uma cara nova no segmento roqueiro, depois da baiana Pitty. Pois ela chegou e com uma interrogação: Hein?, quer saber a paulistana Ana Cañas, que diz não ter problema em sair pela lateral, por onde um dia passaram titias e vovós como Cely Campello e Rita Lee. Disposta a defender bandeiras como as do rock, pop, reggae e blues, que se mesclam no repertório de seu segundo disco, a jovem cantora admite que está fazendo falta no mercado uma artista dedicada ao rock’n’roll. “Para mim, acho bom, rock não está na moda”, desvencilha-se de qualquer acusação precipitada, ressaltando que está em busca apenas das próprias essência e verdade, que chegam com o aprendizado, com a estrada. “Foi tudo muito pé no chão, sacando nas entrelinhas o que eu era”, explica Ana Cañas, que começou como crooner, cantando repertório alheio, até se apropriar de um repertório próprio, tornando-se compositora. “Foi um caminho de tirar pedras de um lugar e colocar em outro; de entender qual era meu processo. Minha busca é esta: ser honesta, ser verdadeira”, afirma. Como exemplos femininos, Ana enumera Cat Power (“ela é uma referência contemporânea”), Nina Simone (“uma jazzista roqueira”), Patti Smith (“me influenciou muito, ouvindo os seus discos”) e até Amy Winehouse (“que tem uma pegada bem rock’n’roll”), além de todas as bandas masculinas lendárias do gênero. No Brasil, cita Rita Lee, Marina Lima e Regina Spector (“que transita bem entre o pop e o rock”). PARCERIAS Já nas ondas do rádio com a balada Esconderijo, Ana Cañas chega ao segundo CD assinando esta e Na medida do impossível. Produzida pelo papa da música pop brasileira, Liminha, com ele e Arnaldo Antunes, Ana fez Na multidão, Coçando, Aquário, A menina e o cachorro e Não quero mais, além de experimentar novos parceiros, como Dadi, Flávio Rossi e Fabá Jimenez. “Liminha foi muito mais que um produtor, foi um parceiro, um amigo que fiz”, relata sobre o ex-mutante, que a teria incentivado inclusive a começar a tocar guitarra e violão. Em cinco semanas, Ana deverá estrear o show de lançamento do álbum, no Canecão, no Rio de Janeiro, com direito à participação de Nando Reis, seguindo depois para São Paulo e o resto do país. Por mais que as pessoas percebam a diferença do primeiro, que era mais MPB, Ana Cañas garante que o processo todo foi muito natural. “Eu passei cinco anos na noite cantando basicamente jazz e bossa nova. Depois, resolvi fazer um disco autoral, independente, que foi o Amor e caos, querendo compor sem saber compor, acabando por absorver ainda um pouco deste universo de crooner da noite”, recorda. DESCOBERTAS Já na estrada e com contrato assinado com uma multinacional (Sony&BMG), Ana diz ter descoberto a nova identidade. “Como Amor e caos é um disco curto, de apenas 10 músicas, para fazer o show comecei a incluir outros compositores, com as escolhas recaindo sobre Raul Seixas, Cazuza, Itamar Assumpção, além de ter encontrado Chucky Berry fields forever, de Gilberto Gil, a única regravação do novo CD.” “As pessoas começaram a dizer que o show era melhor que o disco, e passei a pensar sobre isso. O que tem no show que não tem no disco? Lembrei inclusive o dia em que o produtor do meu primeiro disco falou que eu era roqueira e ainda não sabia”, conta. “Costumo dizer que existe uma diferença muito grande entre escutar Beatles e ouvir Beatles”, compara a fã do quarteto inglês, de Led Zeppelin e Ramones. No Brasil, o rock entra na vida de Ana Cañas principalmente a partir dos discos dos Mutantes, com a escolha de Liminha (ex-guitarrista da banda paulistana) tendo ocorrido muito por conta disso. Ana explica também que é fã incondicional dos Titãs e de Arnaldo Antunes, que ela conheceu ano passado, durante um show em Salvador, e por sugestão de Liminha o convidou para compor com ela. “Foi uma delícia, passamos uma noite fazendo várias letras juntos. É uma honra, um privilégio tê-lo como parceiro. Para mim, Arnaldo Antunes é um gênio, um dos maiores letristas da música brasileira hoje e sempre.” Assista ao clipe da música Devolve Moço, de Ana Cañas


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