Ex-roqueiro Chris Cornell se rende ao batido da eletrônica

07/07/2009 12:47
Danny Moloshok/Reuters-12/3/98
O ex-roqueiro Chris Cornell se rendeu ao batido da eletrônica (foto: Danny Moloshok/Reuters-12/3/98)
O que faz um astro de rock entediado pela fama? No caso de Chris Cornell, esquece-se de seu passado junto aos vigorosos Soundgarden e Audioslave para mergulhar de cabeça naquilo que de mais genérico e raso dá forma ao rhythm’n’blues contemporâneo.


Scream (Interscope/Universal) é um desses exercícios no escuro que invariavelmente culminam em desastre. Associado ao produtor Timbaland, o mesmo que tem enchido de blips e blops as gravações de black como Miss Elliott, Kanye West, 50 Cent e Jay-Z, Cornell vem emprestar sua voz a uma série de indistintos batidões eletrônicos.

Cornell nem precisava aparecer na capa do disco quebrando sua guitarra para reiterar seu rompimento com o rock. Aliás, quando o panaca pop Justin Timberlake vem trinar ao lado de Cornell em Take me alive, é como se o ex-líder do Soundgarden tivesse se transformado em mais um daqueles calouros gritões que teimam em maltratar a humanidade nas noites do American idol.

Se Cornell ambicionava algo colossal com Scream, seu tiro saiu pela culatra. Vítima de nanismo criativo ou sabe-se lá de que outra deletéria mutação genética, a Cornell só resta agora o recolhimento à própria insignificância.

MAIS SOBRE MÚSICA