'House of cards' estreia quarta temporada em meio a conflitos políticos da vida real

Relação beligerante com a mulher e artimanhas dos estrategistas de campanha são o pano de fundo da trama

por Mariana Peixoto 05/03/2016 08:00
O dia de ontem foi daqueles de não se desgrudar da internet e da televisão. De um lado, a vida real com a deflagração da Operação Aletheia pela Polícia Federal brasileira. Já na ficção, a estreia da quarta temporada de House of cards – os 13 novos episódios estão no ar desde a madrugada de sexta-feira, no Netflix.

De tudo, uma coisa é certa: pelo menos neste início de temporada a série norte-americana sobre os bastidores do poder em Washington está mais voltada para o privado do que para o público. Frank (Kevin Spacey) e Claire Underwood (Robin Wright) estão em lados opostos. E o embate entre o casal mais poderoso do mundo deve dar a tônica da nova temporada.

Recapitulando: no final do terceiro ano, Claire pediu o divórcio ao marido. Que, no início da campanha presidencial, precisa dela ao seu lado mais do que nunca. Só que a mulher resolveu abandoná-lo nas primárias do Partido Democrata. E é nesse pé que a série dá sua partida. Spoilers a seguir.

Sem dar satisfação a Frank, Claire viaja até o Texas. Somos apresentados à sua mãe, Elizabeth Hale (a grande Ellen Burstyn). Mãe e filha não se falam há anos (como ficamos sabendo; nem quando Underwood alcançou a Presidência Claire e a mãe se falaram). Só que a primeira-dama não foi fazer uma visita familiar. Com suas próprias pretensões políticas, quer começar de casa sua caminhada.
NETFLIX/DIVULGAÇÃO
(foto: NETFLIX/DIVULGAÇÃO)
É também no Texas que surge outra personagem feminina que deve ganhar força neste ano. Neve Campbell interpreta Leann Harvey, estrategista política que deve se tornar o braço direito da primeira-dama. Vai ter como rival Doug Stamper (Michael Kelly), que agora voltou a ser a sombra de Underwood.

PASSADO Em meio a essas novidades, um personagem do passado volta: Lucas Goodwin (Sebastian Arcelus), o jornalista que namorou Zoe Barnes (Kate Mara). Após a morte da namorada (assassinada por Underwood no início da segunda temporada), ele descobre todas as armações de Underwood, que dá um jeito, mais tarde, para que ele seja preso. Pois Lucas consegue sair da prisão e entra no programa de proteção às testemunhas. Ou seja, o personagem deve crescer ao longo da temporada.

E Frank e Claire? Os dois finalmente se reencontram no meio do primeiro episódio e ocorre uma guinada daqueles típicas de House of cards.

A imprensa internacional, que teve acesso aos seis primeiros episódios, foi bastante favorável à nova temporada. “É um ano de eleição presidencial nos Estados Unidos. House of cards – que é muito mais próximo da realidade do que muitos em Hollywood e Washington vão admitir – está mais forte do que nunca”, afirmou o Deadline. “House of cards está mais aterrorizante do que jamais esteve”, comentou a Slate. “Frank Underwood ainda é a principal arma da série – sabemos que o nosso anti-herói merece falhar, mas ainda há uma esperança perversa de que ele vai prevalecer”, opinou a New Musical Express.

Vale lembrar, House of cards não é apenas uma grande série. Ela ainda é a produção que se tornou um divisor de águas para o Netflix e para a maneira como as séries são produzidas e consumidas nos dias de hoje. Estreou ontem já com o quinto ano confirmado (para 2017).

E ainda existe o atrativo de acompanhar duas campanhas presidenciais: a real e a ficcional. Na vida real, somente em novembro saberemos quem será o substituto de Barack Obama. Na ficção, a resposta deve vir neste fim de semana. Pelo andar da carruagem, vai ser difícil não assistir à toda a quarta temporada de House of cards em sequência.

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