Saudades de Zé Bonitinho: vídeos revivem personagem na TV e no cinema

Morte de Jorge Loredo desperta lembranças de telespectadores e amigos sobre a trajetória do ''perigote das mulheres''

por Fernanda Machado 26/03/2015 19:58

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SBT/divulgação
(foto: SBT/divulgação)

Na manhã desta quinta-feira, 26, o humor perdeu um de seus grandes mestres. Jorge Loredo, que interpretava Zé Bonitinho, morreu de falência de múltipla dos órgãos no Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Com seu pente enorme, sempre ajeitando a cabeleira, os óculos escuros e o terno sempre na estica, Zé Bonitinho ficou conhecido como o perigote das mulheres, o rei arte da sedução.

 

Relembre Zé Bonitinho em uma aparição recente

 


O galã irresistível, malandro e sedutor nasceu no final da década de 50 inspirado em um amigo de Loredo e estreou na televisão em 1960 no programa 'Noites cariocas', exibido pela extinta TV Rio, com os primeiros textos roteirizados por Chico Anysio. Em 2010, o personagem completou 50 anos e continuava na TV, no humorístico 'A praça é nossa', do SBT/Alterosa. Zé Bonitinho eternizou bordões, que repetia com a voz de um conquistador: ''Câmera, close; microfone, please'', ''Garotas do meu Brasil varonil: vou dar a vocês um tostão da minha voz!'', ou ''Eu não sou chuveiro, mas deixo as mulheres molhadas''.

 

Figura clássica da TV chegou a estrelar comerciais

 


Zé Bonitinho também esteve nas telonas. Nos anos 70, foi inspiração para o diretor Rogério Sganzerla em duas ocasiões. Primeiro no filme-grito 'Sem essa, Aranha', de 1970, em que o personagem é um malandro. E em 'Abismu', de 1977, onde empresta seu personagem e descontrói seu discurso e seu humor diante de um olhar confidente.

 


Zé Bonitinho no cinema: cena de 'Sem essa, Aranha' (1970)

 

Em 2011 Loredo dividiu cena com Selton Mello no filme 'O Palhaço', em que interpretava um gerente de loja de eletrodomésticos que ajuda o personagem de Selton a redescobrir a fé na profissão.

 

Sequência do personagem em 'Abismu' (1977) revela outra faceta do ator

 

 

Em 'A praça é nossa', com Manoel de Nóbrega, Loredo se apresentava como um mendigo que ficou célebre com o bordão 'Como vai, meu colega?'. O personagem usava fraque e cartola, bem esfarrapados, monóculo e luvas.  Criou outros tipos: um italiano que não podia ver televisão porque queria quebrá-la; o profeta Saravabatana, que andava com uma cobra que dava consultas a mulheres; e o professor de português que tinha a voz do Ary Barroso.

Repercussão
Famosos e amigos lamentaram a morte de Jorge Loredo. Susanna Lira, diretora do filme 'Câmera, close!'', cinebiografia do ator exibida no canal GNT, em 2005, publicou uma homenagem em seu Facebook. "Nunca vou esquecer de sua delicadeza e de sua generosidade. Amava profundamente sua arte e fazia dela o sentido de sua vida", disse a cineasta.

No Instagram, Sergio Mallandro postou uma foto ao lado do ator.

 

Patrícia Pillar usou o Facebook para relembrar o humorista.

Cmeras do cu, attention!!! #ZBonitinho #JorgeLoredo

Posted by Patricia Pillar on Thursday, March 26, 2015


Carlos Alberto de Nóbrega exaltou o colega de trabalho em um comunicado à imprensa. "Para mim, Jorge Loredo foi um colega de trabalho exemplar, pois mesmo doente, ele chegava ao SBT, ia até o ambulatório para receber oxigênio e, assim que podia, fazia sua gravação. Retornava ao ambulatório para mais uma sessão de oxigênio e em seguida voltava ao Rio de Janeiro onde residia. Respeitávamos essa atitude porque essa era a vontade dele. Loredo irá nos fazer muito falta."

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