Saiba como foi a estreia da nova temporada de 'Game of thrones'

Confira também entrevista com Pedro Pascal e Gwendoline Christie, atores que estiveram no Rio de Janeiro para lançamento do novo capítulo

por Raquel Lima 07/04/2014 09:58

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 HBO/Divulgação
Daenerys Targarien continua a caminho de Meereen (foto: HBO/Divulgação)
RIO DE JANEIRO - O mais sombrio de todos os inícios de temporadas de 'Game of thrones' (GoT) acaba de ser exibido pela HBO, neste domingo. O episódio 'Two swords' ('Duas espadas', em português) reforça o sentimento de que nada - mesmo - é o que parece. E de que ninguém está a salvo. A primeira cena dá logo cabo de um importante momento de Ned Stark, assassinado no nono episódio da primeira temporada. Sua cobiçada espada de aço valiriano é derretida para forjar as lâminas de Twyn (Charles Lance) e de seu filho favorito, Jaime (Nicolaj Coster-Waldau).

Jaime já esteve pior, mas também não está no melhor momento. O galã reconquista a antiga aparência, depois de um banho de loja Lannister, mas acaba deserdado pelo pai, Twyn (Charles Lance), ao se recusar a voltar para a casa, o Rochedo Casterly, e decidir ficar na Guarda Real. A cena ajuda a sacramentar a mundança de Jaime, que, depois da jornada com Brienne (Gwendoline Christie), não se contenta em ser só o Regicida e está cada vez mais inclinado a fazer o que é certo.

Sua irmã gêmea e amante, Cersei, sempre com um copo de vinho à mão, parece - pela primeira vez - preocupada demais com o próprio futuro para conceder a Jaime qualquer, digamos, intimidade. Ainda em Porto Real, Tyrion (Peter Dinklage) briga com a amante Shae (Sibel Kekilli) e continua distante da deprimidíssima esposa Sansa (Sophie Turner) - que precisa daquela reviravolta prometida nos trailers da quarta temporada urgentemente.

Quem chega chegando é Oberyn Martell (Pedro Pascal). O Víbora Vermelha aceita o convite para o casamento de Joffrey (Jack Gleeson) e, sem demora, manda um recado a Twyn: "os Lannisters não são os únicos a pagarem suas dívidas". Antes da frase de efeito, ainda escolhe um casal do bordel de Mindinho (Aidan Gillen) para uma orgia de boas-vindas, junto com a amante Ellaria (Indira Varma).

A mãe dos dragões não poderia deixar de aparecer, mas Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) acabou não "saindo do lugar" e continua a marcha para Meereen (que agora aparece no mapa da abertura) com o exército dos Imaculados. Sua aparição no primeiro episódio parece apenas para cumprir tabela. Também ficou estranho o ator, fato de o intérprete de Daario Naharis ter mudado. Agora no lugar de Ed Skrein aparece Michiel Huisman. O personagem é o mesmo, mas a carinha está bem diferente.

Arya Stark (Maisie Williams) é um dos destaques da noite, junto - é claro - a Oberyn. Em suas andanças pela floresta ao lado de Cão de Caça (Rory McCann), ente o gosto da vingança ao matar pelo menos dois homens, um deles empunhando sua espada de estimação, chamada de Agulha. No Castelo Negro, Jon Snow (Kit Harington) responde por suas ações ao conselho dos Corvos e é inocentado, afinal será peça importante em batalha por vir.

Moral da história, os criadores de 'Game of thrones', David Benioff e D. B. Weiss, honram "lindamente" os livros 'As crônicas de gelo e fogo', de George R.R. Martin, mas também interpretam muitas cenas e as transformam em surpresas. "George confia tanto neles que dá carta branca. Ao fim do dia, acho que eles fazem o que querem", opina Pedro Pascal, que esteve no Brasil junto a Gwendoline Christie, divulgando a série. Confira abaixo entrevista com os dois.

(A editora-assistente viajou a convite da HBO Latin America)

Gil Rodrigues / Photo Rio News
Pedro Pascal e Gwendoline Christie em coletiva de imprensa no Rio de Janeiro (foto: Gil Rodrigues / Photo Rio News)


Entrevista // Gwendoline Christie

Como você se sentiria a respeito de um possível romance entre Jamie e Brienne?
Penso que é fabuloso existir um relacionamento entre uma mulher e um homem que é nascido do respeito. Isso é excitante, que esse relacionamento não seja sexual, que não tenha a competição que vem da paixão arrebatadora tradicional. Acredito que é novo, não-convencional.

Certamente é novo para os padrões GoT, que tem sempre muito sexo…
GoT impressiona por ser um interessante espelho da natureza humana. Se tem morte, nascimento, doença, amor e jogo de poder, por que não sexo?

De volta a Brienne e Jaime, ela meio que vira a consciência dele.
São duas pessoas completamente diferentes que embarcam em uma jornada fantástica e criam um vínculo e isso é inegável. E você vê um lado diferente de Jaime - ele obriga todos a reavaliarem suas primeiras impressões nesta temporada. Ele volta a King’s Landing abatido, humilhado, no fundo do poço e irreconhecível - num lugar onde era lindo e poderoso. Agora, verdadeiramente, ele tenta ser honrado. E Brienne - que é cabeça-dura e cheia de ideias diretas sobre o certo e o errado - vê o homem que ele está se tornando não quer que ele volte a ser o que era porque voltou para casa, quer que ele se torne ainda melhor.

O primeiro episódio parece dar um tom ainda mais forte de vingança à série. Brienne também trilha esse caminho?
Brienne jura lealdade a Renly e ele morre. O que ela pode fazer? Depois, ela encontra com Catelyn e diz que nunca viu uma mulher como ela, forte e feminina, uma mulher boa. E concede sua lealdade a ela. E ela morre. Mas Brienne é dedicada ao bem maior. Ao bem de todos. Ainda vamos ver Brienne em circunstâncias não-convencionais, com resultados cômicos e, às vezes, aterrorizantes (gargalha). Estou só dando um gostinho…

Qual sua cena favorita de Duas espadas?
Eu realmente, realmente, penso que o trabalho de Pedro Pascal é fenomenal. Ele é incrível. E Oberyn é incrível, do tipo que ou vai fazer amor com você ou vai matá-la (gargalhada). E Pedro interpreta esse papel maravilhosamente.

Brienne é extremamente querida. Você espera esse amor?
Não (gargalhada). Me sinto muito afortunada por muitos
fãs terem levado essa personagem para o coração. Me sinto privilegiada em interpretar essa mulher tão não-convencional e arquétipos femininos podem mudar
nos olhos da mída moderna porque as pessoas a amam.

Sua formação foi nos palcos londrinos. Como é agora ter GoT como cenário?
Fui fisgada pelo roteiro, roteiro, roteiro. Sabe, os scripts são brilhantes. Recebemos materiais incríveis para trabalhar. Não só o resumo do personagem, mas
toda a sua construção. A direção é fantástica... Michelle Maclaren, que dirigiu Breaking bad, já dirigiu episódios… um conjunto de pessoas tão habilidosas trabalham em GoT e nunca acaba. A HBO facilita incrivelmente tudo, para que cada um faça o seu melhor. Para mim, fazer parte disso, é extraordinário.

Todos os homens devem morrer. Você pensa sobre como será a morte de Brienne?
Penso muito, tenho uma teoria, mas não quero dizer. Eu sou fã do show e acho que o melhor dele é remoer como esse ou aquele personagem deve morrer… (gargalhada) Simplesmente, não quero estragar todo o burburinho que rola nas redes sociais.

Entrevista // Pedro Pascal

Oberyn é um gigante. Até Peter Dinklage - premiado com um Emmy e um Globo de Ouro pelo papel de Tyrion Lannister - o apontou como o personagem da temporada. Você sente a pressão?
Tive muitas oportunidades de colocar pressão em mim mesmo pela interpretação de um papel que é favorito nos livros e é visto de uma maneira bem particular pelos fãs dos livros, mas os criadores da série, Davi e Dane, tiveram conversas comigo, bem no princípio, sobre o que motiva o personagem e foi algo que procurei entender profundamente. Partindo daí, entrei num ambiente onde todo mundo é amigavel, relaxado e tão bom no que faz. Então, não houve nenhuma pressão que não viesse de mim mesmo. Não senti pressão dos criadores, do elenco, da equipe de produção. Se entrar na internet, com certeza, sentirei.

Como foi o processo de entrar em Game of thrones?
Estava assistindo à terceira temporada como todo fã e tive a oportunidade de gravar uma autoaudição - o que é bem comum, porque se estou em Los Angeles e os produtores em Londres, podem ver o material. Então, gravei a audição no iPhone, com um amigo.

A audição já foi para Oberyn?
Sim. E recebi páginas do script da quarta temporada e ainda estava no meio da terceira. Minha primeira reação foi: spoilers! O episódio Casamento vermelho nem tinha acontecido, mas as coisas que fiquei sabendo foram ainda piores para mim. Enviei o vídeo e, em seguida, recebi um e-mail de Davi e Dani e fui ao set, na Irlanda, mas não para outra audição. Dave e Dani me parabenizaram e conversaram comigo sobre como desenvolver melhor o personagem. Então, comecei a provar o figurino. Meio sem entender, liguei para meu agente e perguntei: estou provando roupas, fiquei com o papel? "Sim, ficou!", ele disse.

Por que escolheu dar a Oberyn um sotaque latino?
Foi uma escolha que fiz durante a audição. Eu li e tive esse instinto de que Oberyn soaria como meu pai (risos). Não sei o que isso diz sobre meu pai, mas para mim é um elogio. A voz dele fazia mais sentido, para mim, sendo latina. Não necessariamente, chileno ou brasileiro, mas da América Latina. E os diretores nunca me pediram para mudá-la. Oberyn vive num mundo diferente, sua atitude, o jeito que ele vive a vida, é tudo muito diferente, então, ele precisa soar diferente.

Qual seu personagem favorito?
Da época em que assistia? Arya Stark. Ela passou por tanto, mas sua resistência, força e espírito real foram desenvolvidos de um jeito que são lindos, trágicos, mas lindo. Isso porque você está me forçando a escolher um, porque tenho vários outros.

Qual sua cena preferida nesse primeiro episódio da
quarta temporada?
É tão difícil de escolher (suspira). Gosto da cena entre Arya e Cão da Caça. O relacionamento de Brienne e Jaime, que agora são aliados. Adoro o que está acontecendo com Cersei. Ela parece perigosa, indestrutível e sobrevivente porque é filha, e é mulher num ambiente masculino e perigoso. E isso a está afetando, como afetaria a qualquer ser humano. Não importa quão mau ou bom se é, no final do dia, somos humanos, com sentimentos e fraquezas. E isso concede uma conexão com Cersei.

E toda a tensão sexual de Oberyn no primeiro episódio?Não é tensão. É o jeito que ele vive a vida, ao máximo. Não faz sentido em se limitar em termos de experiências. Ele tem vigança no coração e sua vida é forjada por esse desejo, mas ele é leal. Se você for amigo dele, é ótimo.

Você já assinou o contrato para a próxima temporada?
Não posso dizer.

Você era fã de GoT antes de entrar na série. A que outros seriados de TV assistia?
True detective, esperava todo os domingos por esse seriado. Adoro os shows da HBO, juro que não tem nada a ver com o contrato. Assistia a Girls, Mad men, The killing, que está tendo trabalho para se manter, foi cancelada e reativada, com certeza, vou assistir à próxima temporada. Algumas séries orginais do Netflix, como Orange is the new black, assisti a toda a temporada em maratona enquanto gravava GoT. Ou seja, não estava estudando muito meu papel, né? (risos)

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