Caravela muda de endereço mas continua a oferecer as delícias da cozinha lusitana

Desde agosto, o restaurante está funcionando no Museu Abílio Barreto

por Pedro Antunes/Estadão Conteúdo Ana Clara Brant 21/09/2017 20:03
A bandeira estilizada de Portugal, obra do artista plástico argentino Nicolas Terroba, indica: estamos em um reduto lusitano. “A ideia é que aqui seja um enclave português no meio de Belo Horizonte. Da entrada ao cafezinho, tudo é português”, assegura o chef lisboeta Cristóvão Laruça, proprietário do Caravela. Depois de funcionar cerca de dois anos em um condomínio em Casa Branca, distrito de Brumadinho, o restaurante “navegou” por outros mares e acaba de aportar no Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB), no Bairro Cidade Jardim.

Leandro Couri/EM/D.A Press
O chef Cristóvão Laruça acrescentou pratos executivos ao cardápio do Caravela (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

“O contrato com o condomínio venceu, e eu tinha vontade de vir para BH. O lugar em Casa Branca é lindo, mas lá a gente só abria nos fins de semana. Muita gente evitava pegar estrada, principalmente à noite. Nessa nova sede, funcionamos praticamente todos os dias, no almoço e jantar”, avisa.

Em junho, durante a festa portuguesa realizada nos arredores do Abílio Barreto, Cristóvão ficou sabendo que o espaço do museu destinado à gastronomia estava vazio. “Havia outros interessados, mas acabou dando certo e estamos aqui desde 5 de agosto. O cardápio é o mesmo, mas temos algumas inovações, como os pratos executivos (de R$ 30 a 35). Entre as opções, oferecemos Picadinho à Caravela, Lombinhos de porco, Bacalhau à Brás e Bacalhau Espiritual”, informa o chef.

BOCHECHAS

Entradas tradicionais estão no cardápio, como as bochechas de porco defumadas com cogumelos e tomates confitados (R$ 28) e bolinho de bacalhau (R$ 35, oito unidades; R$ 20, porção com quatro).

Chamam a atenção os pratos principais preparados em cataplanas, panelas de cobre típicas da região portuguesa do Algarve. “Elas conferem mais sabor e aroma à comida”, explica o chef. Essas pedidas servem duas pessoas. O Laruça dá três sugestões. Os camarões-rosa à moda de Goa (R$ 159), em combinação com banana-da-terra, leite de coco e condimentos leves, são cozidos lentamente, resultando em molho mais denso. Chegam à mesa acompanhados de arroz aromático jasmine.

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Bacalhau: pedida tradicional da casa (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Por sua vez, o polvo G é cozido lentamente com batata-doce, tomates e coentro. O prato vem acompanhado de arroz branco (R$ 140). Outra pedida é o lombo de bacalhau do Porto (R$ 138), cozido lentamente com batata inglesa, cebolas, tomates, pedacinhos de bacon de fumeiro artesanal e hortelã, servido com arroz branco.

Não podem faltar, claro, as tradicionais sobremesas portuguesas. A casa serve Toucinho do céu (torta com amêndoas e ovos) e Fatias de Tomar (feitas com gemas). Ambas custam R$ 18. Para acompanhar, há 70 rótulos de vinhos portugueses, além de cervejas artesanais e drinques.

LAÇOS

Cristóvão Laruça veio para o Brasil em 2004. Quando chegou ao país, viveu em Salvador, onde se dedicou à arquitetura. Tempos depois, abriu uma pousada e um restaurante na Bahia. Casado com a mineira Ludmila Carvalho, mora há cinco anos em BH.

“A cozinha é o lugar onde a família se reúne, tem essa coisa da memória afetiva. Foquei na culinária para me sentir mais próximo das minhas origens. Ameniza um pouco a distância”, revela o chef português.


CARAVELA
Comida portuguesa. Funciona dentro do Museu Histórico Abílio Barreto. Avenida Prudente de Morais, 202, Cidade Jardim. (31) 99585-5804. Aberto às terças e quartas-feiras, das 11h30 às 14h30; quintas-feiras, das 11h30 às 14h30 e das 19h às 23h30; sextas-feiras, das 11h30 às 16h30 e das 19h às 23h30; sábado, das 12h às 16h30 e das 19h às 23h30; domingo, das 12h às 16h30. Capacidade: 52 pessoas.

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