Paris 6 funciona ''quase'' 24h no Pátio Savassi

Sem sofisticação, restaurante mantém 250 itens no cardápio, 110 empregados e aposta nas celebridades para atrair o público

por Eduardo Tristão Girão 19/08/2016 08:00

Fotos: Marcos Vieira/EM/D.A Press
Com 250 opções no cardápio, Paris 6 funciona das 7h à 3h (foto: Fotos: Marcos Vieira/EM/D.A Press )
 

 

Fila de espera que chegou a sete horas na semana de abertura. Quatro cardápios que, somados, reúnem nada menos que 250 itens. Receitas assinadas com nomes de celebridades. Equipe de 110 funcionários que se revezam em turnos e trabalham, literalmente, 24 horas por dia no local, do café da manhã ao jantar, madrugada afora. Eis o raio-X da recém-inaugurada filial belo-horizontina do Paris 6, restaurante erguido graças a investimento de R$ 4 milhões em loja nobre do Shopping Pátio Savassi, no Bairro São Pedro.

''Não somos alta gastronomia, somos casual dining. Uma comida simples, que agrada de forma geral. Não temos sofisticação. Oferecemos ambiente gostoso e comida honesta e variada'', resume Carlos Cipriano, um dos quatro sócios da casa. Fundado 10 anos atrás em São Paulo, o Paris 6 é hoje uma rede com unidades na capital paulista (quatro endereços), Rio de Janeiro, Porto Alegre e, agora, BH. Até outubro, outras serão abertas em Campinas, Goiânia e Miami e estão na mira, Curitiba, Brasília, Nova York e Los Angeles.

 

A operação cotidiana do restaurante é o que chefs poderiam descrever como loucura. Bufê de café da manhã das 7h às 11h e cardápio aberto o dia todo – relembrando, são 250 itens. Por funcionar junto a um shopping (e ter de se submeter a determinadas regras de segurança), a unidade da capital mineira é a única a não ficar de portas abertas 24 horas (fecha entre as 3h e as 7h), embora quem já esteja lá possa permanecer dentro da casa pelo tempo que desejar (e pedir o que quiser).

''Estamos trabalhando para ficar abertos 24 horas mesmo. O shopping tem sido sensível e compreendemos o lado dele. A preocupação com a segurança é correta, mas temos opção de controlar a entrada e saída de pessoas pela varanda'', afirma Cipriano. O movimento, segundo ele, já está no padrão considerado normal pela casa, em torno de uma hora de espera. Aos que não pretendem enfrentar muita fila (organizada por aplicativo que avisa por SMS a liberação da mesa), recomenda-se evitar o horário entre as 19h e as 23h.

PEÇA

 

A escolha pode ser torturante diante de tantos (e tão extensos) cardápios. Há o de entradas e pratos, o ''fit'', o infantil e o de sobremesas – só este último tem 85 opções. Os pratos são individuais e com preços geralmente na casa dos R$ 70, todos feitos ''à moda'' de alguém: o nhoque da atriz Marina Ruy Barbosa, por exemplo, é gratinado com quatro queijos (R$ 63); já o petisco de que o atacante Neymar mais gosta leva fatias de presunto cru espanhol, fatias de baguete, tomate, azeite e flor de sal (R$ 69).

Tal estratégia de atrair o público para comer o que – teoricamente – agrada às pessoas famosas começou por acaso, depois que a atriz Christiane Torloni jantou numa das unidades paulistanas após um espetáculo. ''A casa apoiava a peça dela, percebeu-se que havia um negócio nisso e começaram a aparecer outros artistas querendo assinar pratos'', lembra Cipriano. A parti daí, vieram massas, risotos, carnes, saladas, sopas e petiscos, que hoje somam cerca de 130 opções.

A mesma lógica foi aplicada às sobremesas, praticamente metade delas formada por variações da receita que o restaurante tornou marca registrada, o grand gâteau. Trata-se de versão avantajada do petit gâteau, mas com um picolé atravessado no bolo quente a substituir a bola de sorvete que habitualmente é servida ao lado. Qualquer um deles custa R$ 32, incluindo ''acessórios'' (lascas de chocolate, de biscoito, paçoca esfarelada, castanha-de-caju, Ovomaltine etc.) e, em quase todos, fios de leite condensado.

Paris 6
Avenida do Contorno, 6.061, São Pedro (entrada pela Rua Lavras). (31) 3318-1800. Aberto diariamente, das 7h às 3h.

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