Estudante de gastronomia junta dinheiro, vai à luta e abre o próprio bar no Prado

Lugar Nenhum tem a chef Júlia Nogueira no comando da cozinha

por Eduardo Tristão Girão 30/10/2015 08:00
Fotos: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
Júlia Nogueira Xavier, Igor Branco e Lucas Matheus Freitas: parceria na cozinha e no salão do Lugar Nenhum (foto: Fotos: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Desde adolescente, Igor Branco, de 20 anos, queria ter um bar. Trabalhou como animador de festas infantis, carregou bandeja de garçom e chegou a gerente de uma loja da Subway. Morava na casa dos pais e guardava o máximo de dinheiro que podia. Como gostava de cozinhar, resolveu cursar gastronomia na Estácio de Sá, no Prado, bairro onde encontrou o ponto para abrir o negócio. Com o pai, um primo e um futuro funcionário, tocou a obra num imóvel caindo aos pedaços. Recentemente, o Lugar Nenhum abriu as portas ali.


O estudante de gastronomia descascou as paredes, revelando os tijolos originais da casa, uma antiga gráfica na esquina das ruas Platina e Esmeralda. Refez toda a parte elétrica e hidráulica. O pai, administrador, e a mãe, contadora, ajudaram no plano de negócio e dão uma força no controle financeiro do bar. Responsável pelas compras, estoque, caixa e atendimento, Branco acabou fora da cozinha, mas levou para lá Júlia Nogueira, sua colega de sala na faculdade.

 

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Não por acaso, um dos petiscos do cardápio foi executado por ele, na faculdade, como prova final da disciplina de introdução às técnicas culinárias. Batizado “zói de queijo”, consiste em fatias de bacon enroladas e recheadas com mistura de ricota e tomate seco (R$ 22). A seção de tira-gostos é complementada pelo espetinho de banana-da-terra com calabresa (R$ 12) e a porção de batatas recheadas com linguiça e molho de queijo (R$ 15).

Na linha mais “encorpada”, há lombinho de porco na manteiga com purê de banana-da-terra (R$ 35) e contrafilé ao molho de cerveja preta (R$ 38). Criação da casa, o bolinho “carne encasulada” (R$ 30) é feito com músculo bovino envolvido no próprio caldo de cozimento e empanado. A ordem é aproveitar ao máximo os alimentos: no escondidinho de batata com carne desfiada (R$ 19), por exemplo, são usadas as aparas do músculo e o interior das batatas da porção, retirado para que elas sejam recheadas.

CAMINHADA Para relembrar os tempos em que subia a Avenida Afonso Pena a pé para visitar o Parque das Mangabeiras, o que causava uma baita fome depois da descida, Igor incluiu no cardápio a chapa “taca tudo” (R$ 70), composta por 1,2kg de carne (contrafilé, peito de frango, pernil e linguiça), batata frita, ovos de codorna e azeitonas. “A inspiração veio dos bares que eu frequentava no Shopping Cidade depois daqueles passeios”, revela. Massas e pizzas atendem o freguês que quiser mais.

As cervejas partem de R$ 5 (long neck) e R$ 6 (600ml) e os drinques custam, em média, R$ 9. Em breve, Branco iniciará curso de cervejeiro caseiro para fabricar os próprios rótulos. Entretanto, isso não atrapalhará a chegada de garrafas de marcas mineiras à geladeira – até o momento, os “cervejões” industrializados imperam por lá. Às sextas e sábados, há música ao vivo no local (o couvert de R$ 5 é opcional).


LUGAR NENHUM
Rua Platina, 311, Prado. (31) 98888-4229. Aber e quarta-feira a sábado, das 18h à 0h30; domingo, das 11h às 15h.


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