Sardinhas: ingrediente saboroso se adapta às melhores receitas

Frescas ou enlatadas,são sempre uma opção caprichada de sabor e saúde de sobra

por Patrícia Crespo 08/03/2015 13:42

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
Na foto, sardinha assada, do restaurante Baltazar, bairro Serra (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Para mim são perfeitas. Esbanjam adjetivos e motivos para degustá-las. Apertadas na lata, frescas, congeladas. Sempre dou um jeito de prepará-las. Gosto mesmo das receitas tradicionais, como um bom escabeche, mas não rejeito as versões moderninhas de marinadas e saladas. Quando não estou a fim de mexer panelas, simplesmente abro uma latinha e meto o peixinho dentro de um pão. Sardinhas são curingas culinários, apesar da injustiçada fama de primas pobres do bacalhau. Na minha mesa, sempre serão rainhas, com direito a coroa e tudo.

No quesito nutricional, o pescado esbanja qualidades. Fonte riquíssima de ômega 3, cálcio, vitamina D e proteínas, uma porção de sardinhas no prato será sempre sinal de comida saudável. De fato, um alimento revolucionário: é rico em nutrientes, tem custo baixo e sabor intenso. Nos mares, frequenta qualquer rede. Como anda em cardume, nunca vem sozinha. Viajam em qualquer água, mas gostam mesmo do Oceano Atlântico, dos mares da Califórnia e do Mediterrâneo. As melhores são as portuguesas. O bacalhau que me desculpe, mas não há nada mais português do que sardinhas. Uma sardinhada sempre é um evento especial para os patrícios da terrinha. Assadas na brasa, inteiras, com víscera e tudo, os peixinhos miúdos reúnem um punhado de gente em volta do fogo e são um ótimo pretexto para a companhia de algumas garrafas de vinho. Alain Senderens, um dos fundadores da nouvelle cuisine, serve sardinhas recheadas com coentro, gaspacho e mil-folhas de tomates.


A sardinha foi o primeiro produto em conserva de comercialização em massa. Uma ideia brilhante dos franceses Nicolas Appert e Joseh Collant no século 19. Dizem por aí que a primeira conserva de sardinhas foi feita numa garrafa de champagne de boca larga. Entretanto, depois que apertaram o pescado nas latinhas, o mercado evoluiu e hoje em dia movimenta alguns bilhões pelo mundo afora. Tem sardinhas para todos os gostos e bolsos. Na França, o ingrediente é iguaria. As famosas sardinhas francesas Milésimmés contêm a safra e o porto de origem. As mais famosas são capturadas por pescadores da cidade costeira de Douarnenez, na região da Bretanha. Conservadas em azeites puríssimos, podem ser guardadas por vários anos e assim como o vinho apuram aroma e sabor. Em Portugal, as melhores sardinhas safradas são produzidas em Matosinhos, um subúrbio da cidade do Porto.

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Apesar da tradição portuguesa, trago hoje para os leitores do Degusta uma receita italiana de fácil preparo e de um sabor sem igual. Aliás, o nome sardinha vem de Sardenha, famosa ilha localizada no Mar Mediterrâneo que pertence aos italianos. Não sabe o que preparar hoje? Que tal uma sardinha?

Sardinhas picantes

Ingredientes
500ml de polpa de tomates; 2 latas de sardinhas conservadas em azeite; 1 cebola bem picadinha; 1 maço de coentros frescos; 2 dentes de alho picadinhos; 1 pimenta dedo-de-moça picadinha sem as sementes5 ovos; 30g de manteiga; 30g de queijo parmesão ralado na hora; sal e páprica picante a gosto.

Modo de fazer
Pré-aqueça o forno a 180 graus. Escorra o azeite das latas de sardinha numa panela e leve ao fogo para aquecer.
Doure a cebola e o alho. Acrescente a pimenta picada. Junte o molho de tomates e deixe apurar. Desligue o fogo e acrescente o coentro. Numa travessa refratária, disponha o molho e sobre ele as sardinhas inteiras. Quebre os ovos inteiros sobre o molho. Sobre cada ovo disponha um pouco de manteiga. Salpique o queijo e leve ao forno até os ovos cozinharem.
Sirva com pão de sal.

MAIS SOBRE GASTRONOMIA